Série


No final de 2018, após uma derrota na Luz, fizemos a melhor série de resultados da época com 18 vitórias consecutivas, incluindo 9 vitórias seguidas no campeonato. Por coincidência, após nova derrota com o Benfica, para sermos campeões, necessitamos seguramente de uma série de vitórias ainda maior: 10! E pode não chegar. Neste momento vamos em 6 vitórias consecutivas. Estamos bem lançados, mas já sabemos que, perto do final, a pressão aumenta muito e isso notou-se no Sábado, no Dragão.

Não terá sido esse o único factor, mas ajudou muito à já habitual instabilidade no momento de finalizar. Sobretudo porque o cansaço foi-se notando ao longo do jogo. Percebeu-se que a equipa estava ansiosa para poder obter o golo que lhe permitisse descansar. Esse golo nunca chegou e acabámos por ter de descansar de uma maneira pouco habitual, que é a de ter bola na nossa posse, com a entrada de Oliver. Ao contrário do que aconteceu nas outras vitórias pela margem mínima, e convém recordar que esta foi já a décima no campeonato, não sofremos muito no final do jogo. Nas bancadas sofreu-se sempre porque todos percebiam que a equipa estava muito cansada e nervosa com as circunstâncias do jogo e do campeonato. Mas em campo conseguiram manter a calma e a bola longe da baliza de Casillas, nos minutos finais. Tal não implica que não tenham havido calafrios. Houve quatro! É até muito invulgar termos tantos sustos no Dragão. A questão é que apenas dois deles deveriam ter existido. Aqueles golos anulados, foram lances tão claros para todos que, sem VAR, seriam daqueles que o árbitro apitava o fora-de-jogo muito antes da bola entrar. Com o VAR fica sempre a dúvida e os lances até apareceram nos resumos dos telejornais... Na verdade, tivemos apenas dois lances de contra ataque muito perigosos. Um em cada parte. Ambos resultantes recuperações defensivas lentas, sobretudo a de Herrera no primeiro. Tivemos ainda um lançamento perigoso para as costas da defesa, resolvido com classe por Militão.

O jogo foi um pouco estranho porque essas duas oportunidades e os dois golos anulados, vieram pontualmente trazer alguma agitação num jogo em que dominámos e em que, tal como habitual, voltámos a falhar muitos golos e voltámos a perder muitos lances de perigo no último passe. Julgo que fizemos o suficiente para que o jogo fosse mais calmo e para que pudéssemos sair com um resultado mais motivador. Mas parece claro que, dadas as circunstâncias, a vitória basta. O jogo vale sobretudo pela grande jogada do golo. Bola dentro, bola fora e um grande passe de Herrera para mais um golo falhado, salvo por Marega.

O onze surpreendeu um pouco, pelas ausências de alguns dos melhores nos jogos mais recentes: Corona e Pepe. Só poderiam ser problemas físicos e Conceição confirmou-os, no final. Espero que regressem ao onze, já na sexta-feira.

O MVP tornou-se algo difícil de escolher. Dou a Militão porque me pareceu que foi o jogador mais próximo da sua condição ideal. Poderia ser Marega porque marcou o único golo do jogo ou Herrera que teve a intervenção mais decisiva nesse golo. O problema é que ambos fizeram exibições bem modestas, se excluirmos esse e outros poucos lances. Foram até dos jogadores que mais acusaram o cansaço. Brahimi foi o que mais acusou. Começou por jogar com muito critério e com boas aberturas, mas notou-se que não estava com a explosão habitual e, apesar de ter feito boas jogadas na primeira parte, não me lembro de um drible à Brahimi. A entrada de Corona agitou o jogo e até pareceu que estava melhor fisicamente que o argelino. Oliver entrou bem para serenar o jogo. Pena que alguns dos colegas já não estivessem sequer a 40%, sobretudo Marega. Pela negativa não tenho ninguém. Apenas algumas notas. Soares não se viu e Otávio falhou a redenção ao falhar o golo que Herrera lhe ofereceu. Fernando Andrade continua a ser um caso de estudo. Vamos chegar ao fim do campeonato e vamos recordar que teve muito impacto na nossa época, pelos golos na Taça da Liga e sobretudo pelos penáltis que ganhou com a Roma e em Braga. Mas eu não tenho dúvidas que é um jogador que não merece toda esta quantidade de minutos, que nenhuma das segundas linhas contratadas tem tido nestes dois anos. Nem Paciência, nem Waris, nem André Pereira, nem Paulinho, nem Loum. Manafá é a única excepção ams esse tem justificado. Para mim, continua a ser uma perplexidade tal como foi uma perplexidade o facto de ter conseguido falhar aquele golo criado por Corona e Manafá. Como diria o Perestrelo: «até eu, com a minha barriguinha, chegava lá e facturava!»

Siga para mais uma final, na sexta-feira em Vila do Conde. É um dia mau, mas exige-se uma invasão de adeptos, para dar mais um empurrão à nossa equipa.

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