A densa actualidade Portista


Muito se passa neste momento na órbita Portista. A decisão, a rescisão, a transferência e a diarreia verbal.

Comecemos exactamente pelo Quaresma. Aprecio imenso o jogador e acho que não vamos a lado nenhum no Europeu enquanto o mantivermos no banco. Mas já não há paciência para o cigano! Anda histérico… Já todos sabemos que ele quer sair, já todos sabemos que no ano passado ele só renovou com a garantia de que seria negociado no verão e imagimo até que qualquer proposta acima da do Bosingwa será aceite. Agora, é preciso a proposta chegar… Calma!

Proposta chegou pelo Postiga. Não sei bem o que pensar deste negócio. Por um lado, parece um milagre alguém dar dinheiro por um avançado tão insistente na mediocridade. Postiga era um problema no plantel. Era um dos jogadores mais caros e um dos que tinha pior rendimento e pior relação com os adeptos. Um clube como o FCPorto não precisa de um avançado que só marca quando as coisas correm bem ou quando a equipa está em boa forma. Precisamos de alguém que faça a diferença (e por isso imagino que Adriano siga o mesmo caminho). Por outro lado, e mesmo tendo em conta todos estes defeitos do Postiga, se repararmos no plantel do Sporting deste ano, não vemos muitas opções melhores que Postiga, alás tal como na selecção. Temos Liedson e a adaptação de Vukcevic e mais nada. Ou seja, por um lado livramo-nos de um peso morto, por outro, um adversário directo sai reforçado… É o risco de fazer negócios com adversários directos, mas acho que neste caso o risco é maior para o Sporting visto que nunca se sabe o que sai daquele jogador. E pode ser que o tal Diogo Viana seja craque. Veremos…

Com isto chegamos ao Paulo Assunção. Parece-me óbvio que a decisão estava tomada há muito tempo e que o jogador tinha vários clubes interessados no seu concurso e, como tal, estaria devidamente aconselhado para tomar esta atitude. É claro que não cai bem uma saída destas e que está fechada qualquer possibilidade de futuro relacionamento com o jogador. Agora, é óbvio que um jogador destes, com o seu passe na mão, consegue facilmente o contrato da vida dele. Basta ver o exemplo do Ballack. Quando chegou a Inglaterra ficou a ser o jogador mais caro da Liga o que é incrível dada a influência de jogadores como Gerrard, Lampard, Terry ou mesmo Ronaldo. É normal que os clubes prefiram investir no salário do jogador alguma da poupança que fazem na transferência e é por isso que por vezes os clubes cometem loucuras nalgumas renovações de contratos, aliás como fizemos este ano com vários jogadores, nomeadamente Quaresma. Falta saber porque não se tentou atempadamente a renovação com Paulo Assunção, nomeadamente quando se viu a influência que tinha na equipa de Adriaanse. Logo aí e tratando-se de um dos melhores jogadores do plantel, tal deveria ter sido recompensado com uma melhoria substancial do contrato. Fica a pergunta: tentou-se renovar o contrato do Paulo Assunção no ano passado, ou só se tentou este ano? Merecemos uma explicação dos responsáveis.

Por último, na quarta-feira conhecemos a decisão da UEFA. Dadas as circunstâncias advinha-se uma decisão nada favorável a todos e aqui incluo FCPorto, UEFA, Liga e Federação. Advinha-se porque se colhesse a opinião da não aplicabilidade da norma nem sequer existiria processo. Adivinha-se pelo prazo que foi dado para a decisão (entregamos os argumentos até terça e a decisão sai logo na quarta). Mas advinha-se sobretudo pelo factor Platini. Ele fez uma campanha assente na ruptura com o passado e como tal não perde uma oportunidade de demonstrar o seu enorme ego e de certeza que pretende sair para as bocas do mundo como o ‘Sr. Anticorrupção’. O que ele não sabe, ou então não se importa minimamente, é que se está a associar a uma das maiores vergonhosas decisões desportivas de que há memória. Mais. Acredito que a decisão nos vai prejudicar irreparavelmente a preparação da próxima é época. No entanto, julgo que o recurso a para instâncias desportivas superiores, só poderá servir para inequivocamente provemos a inocência do clube, a inexistência de viciação dos resultados em questão e, sobretudo, a pobreza dos argumentos e das provas (!?) apresentadas pela Comissão Disciplinar da Lida na sua decisão. Ou seja, se calhar não vamos ter de esperar pelos tribunais Portugueses (tempo de poupança estimado de 3 a 4 anos…) para nos livrarmos deste estigma e desta perseguição sem paralelo. Nunca uma colectividade despertou tamanha animosidade nos poderes instalados e aqui incluo Liga, FPF, Facção do Ministério Público e Ministro do Desporto. Poderá demorar uns meses, mas prevejo que estes senhores ainda irão corar de vergonha por acharem que o seu ódio ao nosso clube e ao que ele representa, está acima de qualquer lei e de qualquer Estado de direito.

E se julgam que nos vencem com estas ofensivas extra futebol, se julgam que o nosso clube vai esmorecer, enganem-se! Eu não julgava ser possível, mas a cada dia que passa sou mais Portista!

Comentários

Lamas disse…
E só para concluir... um homem pode mudar de tudo, até de sexo... mas NASCE, VIVE e MORRE Portista...

Quaresma: Que faça um Grande Europeu!

Postiga: Tenho medo caso as coisas corram bem, mas à mínima coisa pode desfazer um balneário... pode contar a nosso favor...

Paulo Assunção: Concordo com o que disseste... mas ninguém é insubstituível...

Liga dos Campeões: passei a semana passada longe de tudo... ainda estou incrédulo...
riskolas disse…
Uma questão... Se formos condenados e impedidos de participar na Champions vamos recorrer mas, e depois? O recurso vai a tempo de ainda participarmos esta época na Champions? E se não formos a tempo e depois formos ilibados, quem paga os prejuizos? Quem faz o tempo voltar atrás e impede a debandada de jogadores? E os jogadores que deixam de vir por causa da exclusão?

É que li o seguinte no "OJOGO":
"Contudo, Gilberto Madaíl pretende exigir àquele organismo que o FC Porto seja alvo do mesmo tratamento que foi dado aos clubes italianos recentemente envolvidos em casos de corrupção, concretamente a Juventus e o Milan. Uma posição que, finalmente, coloca a FPF do mesmo lado da barricada dos tricampeões nacionais e que parece ser uma resposta de Gilberto Madaíl às queixas de falta de solidariedade manifestadas pelos dirigentes portistas. Uma posição que não anula o facto dos responsáveis do FC Porto considerarem tendenciosa
a postura da Federação no processo de informação da UEFA. Os portistas consideram que a forma como o texto foi redigido por João Leal, director do departamento jurídico da FPF, será decisiva para uma decisão desfavorável do Comité de Controlo e Disciplina na próxima quarta-feira. O facto de o FC Porto ter até terça-feira para entregar a sua resposta à nota de culpa que recebeu na última semana e da decisão ser conhecida menos de 24 horas depois, leva os responsáveis portistas a admitir que a mesma já estará tomada. Contudo, esta é apenas uma decisão de primeira instância. Os responsáveis pelo departamento jurídico do clube continuam a trabalhar na defesa do clube em todas as instâncias, mas admitem que uma decisão favorável deverá apenas acontecer quando o processo chegar ao Tribunal Arbitral de Desporto, que julga matéria de Direito e onde eventuais interesses políticos não influenciarão a sentença."

E este jornal costuma acertar no que diz por isso...

Quanto ao Quaresma... adeus! Para mim, a melhor contratação do FCP é a venda do Quaresma! Conto com o Mourinho para depositar cá uns valentes euros!!

Postiga? LOL... ainda não percebi se fomos nós que pagamos os €2.5M para ficarem com metade dele...

Paulo Assunção??? História muito mal contada... Mas quem já viu partir o Deco e continuou a ganhar não tem que temer nada!

Força PORTO!
prata disse…
o recurso tem efeitos suspensivos sobre a decisão mas a incerteza vai-se manter e vai impedir grandes contratações...
Anónimo disse…
Afinal de contas, vivemos num Estado de Direito ou não ?

Pelos vistos, parece que não !

“Catedrático de Coimbra arrasa suspensão de Pinto da Costa

Corre a todo o vapor a defesa do F. C. Porto no recurso apresentado ao Conselho de Justiça da Federação

Em causa está o caso em que Pinto da Costa foi condenado a dois anos de suspensão pela Comissão Disciplinar da Liga (CD), no âmbito do processo Apito Final.

O JN teve acesso a um dos quatro pareceres pedidos pelos portistas a alguns dos mais conceituados especialistas jurídicos portugueses, assinado por Manuel da Costa Andrade, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, concluindo-se que a estratégia dos dragões para conseguir a absolvição do presidente da SAD assenta em três aspectos fundamentais: a impossibilidade de utilização de escutas telefónicas num processo disciplinar desportivo; a falta de credibilidade das declarações de Carolina Salgado, num contexto de comprometimento com a perseguição ao arguido;a fragilidade do acordão da CD da Liga que serviu para condenar Pinto da Costa.

Ricardo Costa, presidente da CD e professor assistente na mesma Faculdade em que Manuel da Costa Andrade é catedrático, é especialmente visado no parecer, acusado de ter condenado o presidente do F. C. Porto "sem provas susceptíveis de sustentar, no respeito pelos princípios constitucionais do princípio 'in dubio pro reu', a imputação ao arguido de qualquer facto ilícito, disciplinar ou outro".

As críticas a Ricardo Costa são particularmente duras, entendendo-se no parecer que o acordão da Liga valorou o princípio da presunção de culpa, e não o da presunção de inocência. "Na certeza de que julgar é um exigente exercício de renúncia e despojamento e não a gratificante e narcisista exibição de troféus de caça, sob os holofotes a aureolar um inebriante e 'inesquecível' momento de glória", escreve Manuel da Costa Andrade, referindo-se à conferencia de imprensa em que o presidente da CD da Liga anunciou a condenação de Pinto da Costa.
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"Já causa mais angústia e quase arrepio a serenidade autocomplacente com que se argumenta que os arguidos não podem negar a existência das conversas interceptadas. Para evitar lastros desproporcionados de hipérbole, limitar-nos-emos ao mínimo.

E a lembrar que aí está uma afirmação que os Torquemadas da Inquisição não desdenhariam. Também eles fizeram história (triste) sobre a tranquilidade e a serenidade de que os acusados, afinal, não podem negar a existência das conversas", acrescenta o catedrático, num ataque cerrado a Ricardo Costa.

Este parecer, já enviado ao Conselho de Justiça da FPF, juntamente com outro assinado por Damião Cunha, professor de Direito do Processo Penal da Faculdade de Direito do Porto, a que se juntarão mais dois a enviar nos próximos dias, pretende desmontar o acórdão, argumentando que, sem a possibilidade de utilização de escutas, restavam à CD as declarações de Carolina Salgado para chegar a uma condenação de Pinto da Costa.

Relativamente à impossibilidade de utilização das escutas telefónicas, Manuel da Costa Andrade escreve que o processo disciplinar da Liga "consegue pela porta de trás o que a Constituição lhe veda pela porta da frente, subvertendo o direito processual penal, degradando-o de um ordenamento preordenado à protecção de direitos fundamentais, num entreposto de contrabando de escutas para o processo disciplinar, e fugindo à vigilância da Constituição da República".

Sobre Carolina Salgado, lê-se no parecer que "não tendo esse depoimento sido controlado pela defesa nem corroborado por outras provas, a sua credibilidade é nula. A sua valoração seria ilegal e inconstitucional".
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"Retiradas as escutas, todo o edifício probatório da CD fica suspenso e preso pelo fio das declarações de Carolina Salgado. Um fio, por sua vez, muito ténue, mesmo irrelevante, sobretudo se desguarnecido da indispensável corroboração que só as escutas poderiam assegurar", diz o catedrático.”
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Anónimo disse…
O cordeiro e o lobo mau
2008-06-01
Comentário de Francisco J. Marques, Editor/JN

A Federação Portuguesa de Futebol, através de um seu funcionário, o advogado João Leal, comunicou à UEFA a condenação do F. C. Porto pela Comissão Disciplinar da Liga da forma mais negativa possível, fazendo os possíveis para que a UEFA exclua os portistas da Liga dos Campeões. Ao invés de tentar proteger o seu filiado, como é sua obrigação e sempre fez, ou como fazem as outras federações, a FPF começa por dizer que o campeão nacional "has committed the very serious disciplinary infrigement of corruption of the refereeing team" [cometeu a infracção disciplinar muito grave de corrupção da equipa de arbitragem] e só 22 palavras mais à frente, no meio de referências jurídicas, e em itálico é que se lê "as an attempt" [na forma tentada]. Mais, o denodo com que João Leal, director do Departamento Jurídico da FPF, escreve que o F. C. Porto não recorreu e omite que o recurso de Pinto da Costa pode ter óbvios efeitos sobre a condenação do clube caso venha a ser considerado procedente pelo Conselho de Justiça indicia uma inaceitável tomada partido. Diabolizando o F.C. Porto, claro!

À Federação, aos seus órgãos e aos elementos que os integram exige-se distanciamento e imparcialidade. Lendo o fax que a FPF enviou para a UEFA percebe-se que não há distanciamento, nem imparcialidade. Falando claro, João Leal enviou uma comunicação que abre caminho à exclusão do F. C. Porto, em benefício especialmente do Benfica, que assim poderá chegar à Champions através da terceira pré-eliminatória, mas também do Guimarães e até do Braga.

A FPF tem todo o direito de achar que a condenação do F. C. Porto pela Comissão Disciplinar da Liga foi curta, mas é incompreensível que agora vista publicamente a pele de cordeiro ao dizer que é assunto que não lhe diz respeito e na privacidade da comunicação com a UEFA use o fato de lobo mau e tente empurrar o campeão nacional para o cadafalso.

Em suma, este é um óbvio caso de tráfico de influências e a federação terá de se explicar.
Anónimo disse…
FPF, FCP, UEFA

FERNANDO SANTOS

Qualquer sentença deve ser proferida tendo por base a ponderação do máximo de elementos - e mesmo assim sobram ainda patamares de recurso até que seja considerada transitada em julgado.

Perante um princípio tão basista, tão elementar, só por incompetência ou má-fé é possível verter para um processo informações que não correspondam, de facto, à verdade pura e dura.

Ora, o modo como o Comité de Controlo e Disciplina da UEFA foi informado pela FPF do processo que envolve o FC Porto no chamado "Apito Final" e alegadamente pode ditar o seu afastamento da Liga dos Campeões é um caso típico de grave entorse às regras recomendáveis. O que não pode deixar de ter consequências, mais tarde ou mais cedo, no interior da própria FPF.

Como é possível que a FPF não se tenha limitado a remeter à UEFA o acórdão da Comissão Disciplinar da Liga mas acrescentasse, em documento assinado por João Leal, director do departamento jurídico, que "ficou provado que o FC Porto cometeu infracção disciplinar muito grave de corrupção da equipa de arbitragem", embora acrescentando a graduação "na forma tentada"? Como se explica a inexistência do cuidado de aclarar estar em sede do Conselho de Justiça um recurso de Pinto da Costa, sobre os mesmíssimos factos, de que a SAD pode beneficiar?

É impossível exigir unanimidade nas opiniões dos juristas mas, quando em causa está a honorabilidade de cidadãos ou instituições, manda o bom senso e a responsabilidade não se cometerem erros de palmatória.

A prova provada de que o processo do FC Porto no âmbito do processo "Apito Final" não está fechado é dada, como O JOGO hoje noticia, pelo facto de o Conselho de Justiça ter admitido a intervenção da SAD portista no recurso de Pinto da Costa. E, como é bom de adivinhar, o "pormaior" é de tal modo gritante que fará parte dos argumentos que hoje mesmo o FC Porto fará chegar ao Comité de Controlo e Disciplina da UEFA, cujos membros deverão ficar com os cabelos em pé por lhes ter sido prestada pela FPF informação incompleta - haverá quem lhe chame "estragada", podendo até fazer outro tipo de juízos sobre as intenções que lhe estiveram subjacentes.

Erros clamorosos como os da (des)informação prestada pelo departamento jurídico da FPF só servem para dar força à tese dos que acham ser o FC Porto um alvo a abater.


IN OJOGO
Anónimo disse…
Mais um grande artigo de opiniao do MST, na "bola" que continua amanha e deve SER DIVULGADO.
Pispis disse…
Fdx... Agora está na moda estes enormes comentários?!?!?!

Tou c o Braga, cm é possível despacharmos o Postiga e ainda recebermos dinheiro c isso? :-)

Quaresma e P. Assunção são exemplos a não repetir, não estamos habituados a ver isto neste clube...

Quanto à Champions, espero n estar demasiado optimista, mas acho q vamos passar impunes... estão todos preocupados c o Euro :-)
Fernando Tavares disse…
Meus caros
Sabiam que estes dois fizeram isto:?
.........Segundo me garantiram também, toda a informação que despoletou este castigo e que mereceu um apurado estudo jurídico teve como chefe de operação, Silvio Cervan sempre muito bem apoiado por Cunha Leal.


Também sei que uma figura de grande peso na FPF, à revelia de Gilberto Madaíl foi quem elaborou todo o processo que enviou para a UEFA, fornecendo miticulosas informações que deram origem ao castigo. Estas três personagens andam borradas de medo e o caso não é para menos. Aproveitem, vão passar férias .... longas.

Publicada por BateBola
in-blogdabola
Anónimo disse…
Aproposito do não recurso do FCP SAD,Anónimo disse:
O seguro morreu de velho até porque há hábitos que não se alteram : Tentativa de irradiar um Presidente (do FCP claro...Dr. Urgel Horta), sumaríssimos inventados para castigar jogadores do FCP, sumaríssimos em que os recursos agravam a pena aplicada (a jogadores do FCP, claro), penhoras a clubes por causa de dívidas (FCP)...são sempre os mesmos a ser visados. Dizes tu isso agora. Mas quem é que garantia essa brevidade SE o FC Porto tivesse recorrido? Acho que o FCP sabe bem em que país é que está...