Estamos lá!


Ufa! Que alívio! Duplo alívio, por passarmos numa eliminatória em que demonstrámos ser superiores, e também porque não tivemos de enfrentar mais uma fastidioso desempate por penáltis...

Foi um grande feito e esta equipa não deixa de nos surpreender! Mas também não nos deixa ter um jogo descansado... Jogámos o suficiente para uma reedição da histórica noite nas Antas com a Lázio e quase acabávamos a ter uma reedição da famigerada eliminatória com o Schalke 04... Há sempre qualquer coisa. Ou um festival de golos falhados, ou uma escorregadela, ou uma lesão num momento inoportuno, ou um penálti estapafúrdio... Ontem Militão juntou-se ao clube, ajudando a Roma a entrar na eliminatória, depois de passar os primeiros minutos do jogo a sofrer. Já tentaram contar quantos penáltis parvos já demos este ano? Um de Oliver tirou-nos a que seria a nossa primeira Taça da Liga. Mas ainda me lembro um de Sérgio Oliveira contra o Vitória, que pode ter custado a derrota, e há um de Alex Telles em Moscovo, sem grandes consequências. Dirão alguns que é mais saboroso se for com contrariedades mas eu não entro nessa maso-teoria... Temos equipa para controlar melhor os jogos e as emoções e isso tem de partir do banco. É que parece-me que a fonte de toda esta intranquilidade é lá. É o Sérgio Conceição.

Mas se já se percebeu que se a liderança de Sérgio Conceição é 'no grito' e, como tal, emocionalmente exigente, também se percebe que ele é o grande motor desta nossa garra e desta resiliência. Não seria fácil reagir a uma das maiores desilusões dos últimos anos. Foi há 4 dias! Notou-se? Só se for pelos tons de fúria e revolta naquelas insistentes investidas sobre a baliza da Roma, nos primeiros minutos. Entrámos muito fortes e isso, aliado à estratégia mais conservadora do adversário, transformou-se numa avalanche de FCPorto. Mais uma vez, foi difícil concretizar em golos esse domínio. Essa é uma característica que nos vai perseguir até ao final do ano. Já me resignei. Por entre o nosso domínio, houve ali um bizarria que foi o golo que Militão ofereceu à Roma. Até ao final dos 90 minutos, o assalto à baliza contrária foi perdendo 'gás' e percebeu-se que era por motivos físicos. Antes do prolongamento, já tínhamos Alex Telles e Militão a pedir a substituição, quando Conceição pretendia refrescar as alas ofensivas e o ataque. A nossa quebra física resultou num maior equilíbrio no prolongamento. A Roma tem até melhores oportunidades para marcar até que o 'Militão' deles também resolveu dar-nos um penálti que selou a passagem. O domínio exercido durante os primeiros 90 minutos no Dragão justificam plenamente a passagem, mesmo com a 'pontinha' de sorte que tivemos no final.

Antes da análise aos desempenhos individuais, não posso deixar de escrever sobre as opções de Sérgio Conceição. Para mim, foi tudo ao lado! Eu sei que parece desnecessário estar com críticas nestas alturas, mas já sabem o menino não resiste. Conceição pretendeu um FCPorto de 'faca nos dentes'. Meio campo musculado, alas agressivos e uma dupla da frente poderosa. Depois do jogo até podemos dizer que encaixou na perfeição na falta de ambição da Roma e até na estranha alteração táctica que eles apresentaram. Eu tendo a pensar que um FCPorto com Brahimi e Oliver está sempre mais perto de vencer, do que um FCPorto sem um deles. Quanto mais sem os dois... Valeu que Corona, que não merecia a titularidade depois do jogo do sábado, fez um grande jogo. Otávio também acabou por jogar muito. Estas duas exibições ajudaram a esconder a falta de criatividade dos nossos médios e acabámos por dominar o jogo a partir dos movimentos nas alas. Terei de reconhecer que correu bem, mas acho que podia correr melhor. Mas como prová-lo? Não dá. Também não gostei das substituições. Apesar de ambos já nos terem ajudado com golos importantes, continuo a achar que Hernâni e Fernando Andrade não são deste filme. Não se percebe como Adrian não entra neste jogo, depois do que tem dado à equipa. Mas Adrian não dá correrias desenfreadas e poder físico e é isso que Conceição queria para o jogo. Parece preferir sempre a intensidade à inteligência. Também já me resignei...

Individualmente, dou o MVP a Marega. Participou em dois golos, sendo que num deles até recupera a bola ao defesa. Além disso, foi dos poucos que durou os 120 minutos. E esse foi o motivo para não escolher Corona ou Otávio. Ambos jogaram muito mas saíram antes da decisão. Herrera, tal como Marega, é daqueles que emerge nestas batalhas. Já sabemos que não é tão criativo como Oliver, mas parece chega. Gostei também dos centrais apesar de nenhum deles estar isento de erros. À medida que o jogo foi avançando, ficaram mais expostos a um grande avançado que é Dzeko. Apesar de tudo conseguiram ganhar a maior parte dos duelos. Pela negativa, esperava muito mais da entrada de Brahimi que não justificou as minhas considerações no parágrafo acima. Oliver nem teve oportunidade de o fazer... Também não gostei de Militão. O penálti foi apenas o mais grave dos erros que cometeu. Ainda por cima não estava bem fisicamente, algo que parece estranho visto que nem tem jogado.

Grande vitória até para projetar a perseguição que temos de encetar no campeonato. Domingo, em casa do último classificado, temos de continuar a reacção!

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