A arte de se 'pôr a jeito'


Aviso já que esta crónica será curta. Quase tão curta como a qualidade do futebol que praticámos hoje na Feira. Conceição preferiu relativizar e pôr a responsabilidade do sucedido, nos 120 minutos de intensidade da passada quarta-feira. Não o critico por isso, mas espero que o discurso no interior do balneário tenha sido muito diferente. Com ou sem cansaço, tínhamos em jogo o campeonato nacional, que é o nosso maior objectivo. Isso deveria ser suficiente para que se demonstrasse muito mais do que se viu.

E o que se viu? Vimos um equipa amorfa e a 'pôr-se a jeito'... Se o problema era físico, porque é que se repetiu o mesmo onze? Porque é que só se faz a primeira substituição aos 70 minutos? Já agora, porque é que esse onze inicial não fez como na quarta-feira, em que entrou no jogo com muita intensidade e com vontade de resolver cedo? A resposta pode não agradar mas parece-me clara: estávamos a ver no que dava. Era último classificado, que estava numa série de resultados horrível e a coisa devia resolver-se por si só... Foi puro laxismo, quer dos jogadores quer do treinador.

Premiando a nossa entrada em jogo, sofremos logo no início, de forma extremamente consentida. A reacção foi atabalhoada, mas garantiu uma série de bolas paradas que acabaram por permitir dar a volta e resolver o jogo. Mas o terceiro golo não apareceu, apesar dos nossos "intensos" esforços e o Feirense começou a acreditar. Nessa altura, já com um pouco de atraso, pudemos contar com impacto dos suplentes na equipa, sobretudo Manafá e Brahimi, que fizeram mais em 15/20 minutos que os substituídos no restante. Ainda assim, o golo não surgiu e tivemos de aturar duas irritantes oportunidades de golo do adversário, uma oferecida e outra numa sobra do chuveirinho. Foi sofrido, como sempre... (reticências de resignação)

Já que estou aqui a criticar tanto, importa dizer o que faria diferente. Desde logo, iria refrescar a equipa. Brahimi, Oliver, Adrian, Maxi ou Manafá permitiriam ajudar a limitar os efeitos do cansaço, além de que, grande parte deles podia permitir um jogo muito menos previsível que o jogo directo nos avançados, que praticámos em grande parte do jogo. Já sei que o campo é pequeno e que convida a este tipo de jogo, mas acho que abusámos. 

Individualmente, confesso que não gostei propriamente de ninguém. Só mesmo as entradas de Brahimi e Manafá. Como jogaram menos de 20 minutos, sobram Pepe e Danilo. Fica o MVP para Pepe pelo corte providencial nos últimos instantes. Apesar dos erros, é já o segundo jogo consecutivo em que salva a equipa perto do fim. E ainda marca o golo da vitória! Danilo também marcou e esteve imponente no meio campo, mas teve muita dificuldade na primeira parte em impor o nosso jogo pelo chão. Notas negativas, não tenho. Tenho muitas medianas e sofríveis...

Afinal, a crónica não foi assim tão curta como antecipava... Ponho até a hipótese de estar a ser demasiado duro com a equipa. Também pode ser por estar a escrever um pouco em cima do acontecimento. Esqueçam o que leram até aqui! Vamos aplicar a concentração no que foi realmente importante neste jogo: os três pontos! Siga!

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