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Não vale a pena perder muito tempo a pensar nesta Taça da Liga. Quem nos segue por aqui sabe o que eu acho sobre esta competição e qual a estratégia que apresentaria. Por mim, jogava-se com segundas linhas durante toda a primeira fase da competição. E aqui estou a incluir jogadores da equipa B, sobretudo jovens portugueses das nossas escolas. Mais tarde, na fase final, logo se vê. Por exemplo, desta vez calhou-nos Benfica e Sporting e isso exige um onze mais próximo do melhor, mas sempre com a preocupação de poupar jogadores para as competições mais importantes. A única excepção a esta regra surgiria se estivéssemos a fazer uma época terrível e se estivéssemos arredados da luta pelo título nacional. Inicialmente era esta a estratégia do FCPorto e só mudou muito recentemente. Primeiro por causa de uma seca de títulos e mais recentemente porque Conceição é demasiado competitivo. Já sei que essa é talvez a característica que mais apreciamos nele. O que digo é que, dadas as circunstâncias do mês de Janeiro, poderíamos ter protegido mais a equipa, quer a nível físico, quer a nível psicológico. A nível físico porque continuamos a sobrecarregar os nossos mártires como Alex Telles, Felipe, Marega ou Herrera. A nível psicológico porque perdemos mais uma oportunidade de ganhar esta Taça da Liga e perdemos da pior maneira possível, nos penáltis e após um jogo que dominámos por completo. Há que perceber que este modelo de fase final, sem prolongamento, beneficia claramente as equipas pequenas. É, de resto, o único fator em que as equipas pequenas serão beneficiadas nesta competição. Neste caso, quem tem aproveitado é o Sporting, mas qualquer equipa mais frágil que chegar à fase final, vai apostar nesta possibilidade de a ganhar só com empates. E, dado o historial do FCPorto nos penáltis, este é mais um fator com que temos de contar ao planear a abordagem a esta competição. E as contas são simples: se chegássemos ao final da época e apenas tivéssemos ganho esta Taça, seria uma boa época ou seria desastrosa? Exactamente... Não vale a pena afetar a nossa performance no campeonato, na Champions e até na Taça de Portugal, para ganhar esta Taça da Liga. Há de acontecer um dia, não se preocupem...
Custa perceber que somos tão ineficazes nos penáltis e, visto que é um problema recorrente, já deveríamos mostrar melhorias. O problema é que o psicológico manda muito no futebol. Enquanto nós temos uma série de 6 ou 7 desempates por penáltis perdidos, o Sporting vem numa série exatamente inversa. E este facto notou-se muito no jogo e sobretudo na segunda parte. O Sporting apresentou-se como havia feito em Alvalade. A dar a iniciativa, ficando na expectativa, tentando ganhar uma bola perdida e a chegar rápido à frente em contra ataque. Se na primeira parte ainda conseguiu fazê-lo com perigo, mas sem nenhuma grande oportunidade de golo, na segunda parte... Bem... Vamos admitir que foi o cansaço... É que a exibição do Sporting na segunda parte dava vergonha alheia. Sempre no chão a perder tempo e a aliviar bolas da sua área sem qualquer critério. O problema é que o FCPorto, apesar de ter tido a capacidade de encostar o adversário às cordas, não conseguiu ter grandes oportunidades para marcar. Conto apenas duas claras além do golo. E esse foi o factor que decidiu o jogo. Se tivéssemos tido a capacidade de materializar o nosso domínio em golos e em oportunidades, não estaríamos sujeitos a bizarrias como a que aconteceu no período de descontos. Já andávamos a abusar da sorte há alguns jogos e lembro-me de vários em que chegámos à parte final a defender uma vantagem curta. Ainda bem que não aconteceu no campeonato e aconteceu aqui...
Apenas uma nota para alguma irritação na nossa equipa que fez com que não se esperasse pelo levantar da Taça, com Conceição a livrar-se da medalha e até a agressão do treinador de guarda-redes a um adepto. Não darei demasiada importância ao sucedido e este é mais um sinal de que se deu demasiada importância a esta competição. Se era escusado? Obviamente! Não é este o exemplo que se pretende passar aos adeptos portistas, sobretudo os mais novos.
Individualmente dou o MVP a Corona. Foi o nosso jogador mais perigoso e o que criou grande parte das nossas jogadas mais perigosas. Gostei também de Herrera que dominou o meio campo por completo. Oliver também esteve muito bem, mas está invariavelmente ligado ao lance que define o jogo, com um erro... Achei a defesa algo nervosa na primeira parte, sobretudo Militão e Pepe. Fernando Andrade está a transformar-se num Juary. Tiquinho fez muita falta porque Marega e André Pereira não estiveram bem.
Nem vale a pena pensar nesta Taça da Liga além da noite de sábado. Quarta-feira temos a retoma, na competição que verdadeiramente interessa!
Comentários
Acho bem que não tenham ficado, e aquilo do "passillo" é para espanhol ver, o fair play dos vencedores é sempre bonito...
Quanto ao Diamantino (quem? :P) devia ter se comportado, e nesse caso o clube devia intervir e este senhor pelo menos uma multa / suspensão devia apanhar.