Rendimento constante
Mas tal não significa que esteja a ser um rendimento bom ou sequer perto disso. Numa visão simplista, podemos dizer que, nesta época, tivemos uma boa reacção na Supertaça e um grande jogo no Dragão contra o Chaves, na primeira jornada. Tudo o resto oscilou entre o apenas razoável e o sofrível. O problema é que continuamos a não ter explicações conclusivas sobre qual o motivo para este rendimento ou a falta dele. Desde logo, o treinador não mudou. O plantel também não sofreu alterações significativas. O calendário nem tem sido muito exigente, ao contrário do que aconteceu na época anterior. Como poderemos explicar que o FCPorto tenha dificuldade em replicar o futebol que apresentou em grande parte da época anterior? Já nem estou a pedir que se evolua para um futebol com menos transpiração e mais cérebro, algo que venho reclamando há muito. Por agora, bastava-me que replicássemos frequentemente o futebol do ano passado, para que estivesse mais descansado... Mas não o temos conseguido e isso deixa-me muito inquieto e desconfiado.
Em Setúbal, voltámos a ter um FCPorto pouco seguro. Trouxemos os 3 pontos, mas não fomos capazes de aproveitar a táctica muito antiquada do adversário. Pouco faltou a Lito para pôr os onze jogadores em cima da baliza e contava apenas com 3 ciclistas que tinham o papel ingrato de correr atrás das bolas longas, enquanto conseguissem. Normalmente, esta concentração excessiva de jogadores causa muita confusão. Uma situação semelhante à defesa à zona nos cantos. Netas situações o equilíbrio é sempre instável. Estão todos muitos juntinhos mas, se estão todos no seu sítio não conseguem cobrir tudo nem se conseguem adaptar. Se saem do sítio, está tudo comprometido. Basta ver o nosso primeiro golo em que bastou uma simples investida de Maxi para o meio, para desmontar a defesa, que nessa jogada concentrava tantos jogadores dentro da área. Basta ver que Otávio, apesar dos 3 centrais numa linha muito recuada, conseguiu pôr Marega na cara do guarda-redes adversário, logo nos primeiros minutos. O problema é que estas duas jogadas foram excepções e foram raras as vezes em que variámos o jogo dificultando a tarefa aos defesas adversários. E isso tornou-nos permeáveis às investidas do Vitória. O facto de Brahimi ter estado um pouco abaixo das suas possibilidades também ajudou... Insisto que ele é a peça mais importante da nossa estratégia, por muito que se fale erradamente do Marega. Assim, estivemos sempre muito adiantados e com um jogo previsível, dando ao adversário várias oportunidades de lançar bolas nas costas dos nossos defesas. Nesse aspecto valeu-nos a qualidade média fraca dos 3 avançados adversários. Apenas um deles causou problemas e esse rebentou aos 60 minutos, como seria de esperar. De resto, toda a equipa do Vitória caiu muito no final do jogo, penalizados pela táctica ridícula de Lito.
Individualmente, voltei a gostar muito de Militão, para mim o MVP. Eu posso não adorar este estilo de jogo, mas este é o central que melhor se adapta a ele, quer pela agressividade nos duelos, quer pela velocidade com que vai buscar os ataques à profundidade do adversário, quer pela que qualidade que demonstra nos passes longos. A velocidade de Militao é tanta que arrisco adiantar que este lance da falta de Felipe, vai deixar de ser polémico quando já todos o conhecermos melhor... Gostei também da entrada do Sérgio Oliveira. Já sei que a sua entrada coincidiu com a altura em que o adversário estourou fisicamente. Ainda assim... Pela negativa não tenho grandes destaques mas as exibições foram, no geral, fracas. Destaco mais uma vez que continuo à espera do dia em que o Marega, estando a jogar mal, é substituído. É melhor sentar-me, não é?
O jogo de sexta-feira é muito importante! Seguem-se dois jogos fundamentais para definir o resto da época e convém ganhar a moral que nos tem faltado ultimamente.
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