Stayin’ Alive


Globalmente, não foi famoso o regresso do FCPorto à Champions League. Desde logo, terminou uma série fantástica de invencibilidade. Pelo meio houve vários jogos de Champions League e vários jogos com os candidatos ao título e com todo o top 10 do nosso campeonato. Esta série não foi fruto de um calendário favorável. Antes pelo contrário! Isto demonstra a solidez que a equipa tem demonstrado. Mas, se havia jogo onde seria mais provável que a invencibilidade caísse era um jogo de oitavos de final da Champions, em casa de um adversário que joga num campeonato bem mais competitivo e que tem um orçamento várias vezes superior ao do FCPorto. 

E isso notou-se? Bem… A resposta é um ‘nim’. Por um lado, o FCPorto foi capaz de disputar o jogo até ao final, tendo até acabado em cima do adversário. Recordo que, após o golo de Adrian Lopez, a Roma tinha todo o interesse em procurar novo golo, visto que o 2-1 é bastante perigoso para abordar uma segunda mão no Dragão. Pois tinha todo o interesse, mas a verdade é que não conseguiu! Por aqui, não se notaram grandes diferenças. Por outro lado, notou-se muita diferença em termos de qualidade individual nos avançados. A ausência de Marega e Corona explica alguma coisa, mas não tudo… Brahimi acabou por ser um oásis em termos de qualidade na nossa manobra ofensiva. E falo de qualidade individual propositadamente. Graças aos nossos médios e a Brahimi, a manobra ofensiva conseguiu pôr os nossos avançados por várias vezes em zonas perigosas e em condições de explorarem o 1 para 1, sobretudo na segunda parte. Mas nem Soares nem Fernando Andrade tiveram capacidade (qualidade) para transformar estes lances em oportunidades de golo ou em remates. Do outro lado, víamos avançados que em meia oportunidade fazem um golo ou um remate perigoso. Todos estes desequilíbrios que causavam acabavam invariavelmente em remate, bom ou mau. Está a faltar-nos o killer intinct e já tem faltado nos últimos jogos.

Falando do jogo em concreto, Conceição optou por jogar um pouco em função das fragilidades do adversário e optou por uma dupla de avançados. Obviamente, sem Oliver em campo e com dois avançados que tiveram muita dificuldade em entrar no jogo, a primeira parte foi má. As excepções foram os momentos em que Brahimi conseguiu pegar no jogo e algumas bolas longas que causaram mais problemas. Mas, no geral, as bolas longas de Felipe foram mais uma forma de aliviar do que de criar jogo. Julgo que Conceição, esperava mais de Otávio que não conseguiu assumir o jogo. A partir dos 50 minutos tivemos o nosso melhor período no jogo. Posse de bola no meio campo adversário e grande intensidade na recuperação de bolas, deu-nos o domínio do jogo que, só foi interrompido pela lesão de Brahimi. Deu a ideia que a equipa ficou algo desconcentrada com a situação e acabámos por sofrer o golo, um pouco contra a corrente da segunda parte. Reagimos bem, mas acabámos por permitir o segundo após uma escorregadela de Felipe. Era uma questão de tempo até uma destas escorregadelas dar em golo… A reação final trouxe o golo e poderia até ter trazido o empate. Os três jogadores que entraram para a nossa frente de ataque acabaram por ser muito importantes neste assalto final. 

Individualmente, dou o MVP a Casillas. Além das grandes defesas, fez uma exibição mais completa que os colegas, visto que jogou bem quer na primeira parte, quer na segunda. Brahimi estava a ser o melhor em campo até se magoar. Cedo de mais! Nem quero pensar no que o tempo de paragem nos vai causar… Por último, gostei de Militão. Implacável na defesa, acabou por aparecer muito mais envolvido no nosso jogo ofensivo, sobretudo na segunda parte. Gostei também dos três que entraram. Entram muito bem, todos eles. Mas tenho de destacar Adrian. Se me queixo da falta de qualidade na nossa dupla de ataque, Adrian mostrou exatamente o contrário. Não me lembro de uma má intervenção no jogo. O golo que acabou por marcar, busca a profundidade com muito mais qualidade que os dois colegas. Até isso fez melhor! Pela negativa tenho 3 destaques. Felipe ameaçou uma nabice na primeira parte e acabou por cumprir na segunda. Julgo que pode descansar no Domingo. Vai-lhe fazer bem… Por último a dupla de ataque. Mostraram muito pouco e em alguns lances chegaram a dar um pouquinho de desconforto, por se notar que estavam muito longe da qualidade dos colegas e muito aquém de um jogo de oitavos de final de Champions. 

Vencidos mas nada convencidos! Vemo-nos no Dragão!

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