Castigo máximo



É a última crónica da época e temos de ser poupados. Há muito a dizer mas vêm aí os artigos de rescaldo da época, que são mais apropriados para todas as lamurias que acumulámos nos últimos meses. É difícil dissociar este resultado da análise global da época. É que este resultado implicou o falhanço quase total da época. Discutimos tudo até ao fim mas, no final, ganhámos muito pouco.

O próprio jogo parece uma metáfora da época. Começámos pior mas reagimos e ganhámos vantagem que perdemos a meio. Quando em desvantagem reagimos e, perto do final conseguimos mantermo-nos vivos, para perder no 'último sopro'. Estes jogos com o Sporting têm sido especialmente penosos porque se percebe claramente que não estão sequer perto do nosso nível. Eles próprios têm isso como adquirido e apresentam-se abdicando de qualquer tipo de orgulho ou pergaminhos de equipa grande. Esperam pacientemente por uma oportunidade ou pelos penáltis para resolver o que o seu nível futebolístico não consegue. E o pior é que esta estratégia tem sido consecutivamente recompensada. Enfim, este Sporting parece a nossa Kryptonite. Já sei que é exagerado e que nem sempre temos perdido. Por exemplo, eles não têm passado no Dragão. Além disso, comparar este FCPorto ao Super-Homem... Mas dá para perceber a metáfora. Se quiserem explicações mais pormenorizadas deste fenómeno dos nossos jogos com o Sporting pode consultar qualquer uma das três crónicas de se seguem:


 

Todos este jogos e o de ontem têm o mesmo denominador comum: Domínio global do FCPorto castigado pelo desperdício, perante um Sporting submisso, sem soluções e vitorioso no desempate por penáltis.

Ainda assim, temos de referir que da partida de sábado fica na retina o coração da nossa equipa à imagem do seu treinador. Apesar da entrada em falso, mostramos que queríamos muito ganhar o encontro e as estatísticas espelham isso. O golo ao cair do pano da primeira parte ou a reviravolta dos leões, contra a corrente, já no prolongamento, foram momentos que pareciam que nos iam levar ao tapete mas, como sempre, demos tudo! Até ao fim! 

Individualmente, o destaque e o MVP vão para Tiquinho, pelas inúmeras oportunidades criadas, seladas com o golo. Mas quase ao mesmo nível, estiveram aqueles que se despediam da nossa camisola: Herrera com um pulmão inacreditável e empurrando a equipa para a frente (não esquecendo a assistência no primeiro golo) e Brahimi pela magia e o desequilíbrio conseguido na partida com destaque para a bola no poste ou pela jogada no prolongamento momentos antes de consumarmos o empate... Menção honrosa para Pepe, que esteve bem melhor que Felipe, e para as entradas de Manafá e Hernâni que colocaram velocidade nas alas e o último inicia mesmo o lance do golo ao cair do pano. Oliver esteve ao seu nível. Aqueceu muito mas foi um dos dois jogadores de campo que não tiveram a oportunidade de entrar...

Depois de uma época de euforia, uma época que termina em depressão. Os intérpretes são sensivelmente os mesmos e, talvez por isso, vale a pena uma reflexão profunda sobre o que se passou. Tentaremos contribuir nos próximos artigos para essa reflexão.

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