Molha
Nesta época estamos com azar com o clima. Já é, pelo menos, a quarta vez que jogámos no Dragão debaixo de um dilúvio. Não seria um problema muito grande há uns anos, mas o relvado já começa a dar sinais de que precisa de uma intervenção ou substituição. Apesar disso, hoje foi-se aguentando. Por outro lado, tivemos menos gente no Dragão. A hora do jogo não era ideal para quem vem de fora do Porto e o temporal era forte. Mas tenho de registar algo a que temos estado atentos nos últimos tempos. O FCPorto registou pouco menos de meia casa, com cerca de 22 mil adeptos declarados. Quem estava no estádio era capaz de fazer esta estimativa, mas em casa também deveria ser fácil arriscar um número desta monta. A questão é que ontem, na Luz, verificaram-se condições semelhantes, com horário inconveniente e com um forte temporal. Naturalmente, quem tiver visto o jogo na televisão reconhecia facilmente que a assistência nunca iria além da metade da lotação. Tenho até relatos de quem foi ao estádio e me falava de meia casa. Pois foram declarados cerca de 41 mil adeptos, organizados e não organizados. Conclusão: até nisto são desonestos! Estaria mais preocupado se fosse adepto ou patrocinador deles. Mas o que retiro disto é que a preocupação do Benfica em alimentar o mito de que eles são muitos, imensos, etc., é tal, que não têm medo de cair no ridículo.
Falando de coisas importantes, o FCPorto cumpriu o seu papel com uma vitória segura. Ditou o calendário que tivéssemos de enfrentar o quinto, sexto e sétimo classificados de seguida, depois de enfrentar o segundo e o quarto para a Taça da Liga. Isto tudo em três semanas. Será um calendário muito exigente o que antecede o nosso regresso à Liga dos Campeões. E nada melhor do que uma vitória para retomar o campeonato. A equipa entrou forte com um golo típico do FCPorto de Conceição. Pressão e recuperação em zonas avançadas e finalização imediata. Esse golo poderia ter trazido mais tranquilidade, mas não foi possível porque o Belenenses esteve bem no jogo. Convém não esquecer que enfrentámos uma equipa que teve 10 dias para preparar este jogo... Conseguiram ter muita posse e foram criando alguma intranquilidade na nossa defensiva. Lembro-me de erros pouco habituais de Oliver, Militão, Pepe e de Alex Telles. Mas a verdade é que fomos mantendo a nossa identidade e isso valeu-nos várias oportunidades de golo que, perante uma eficácia pouco mais que sofrível, permitiu um resultado simpático de 3-0. O jogo podia ter sido mais descansado, mas não foi mau.
Individualmente destacaram-se quatro jogadores. Dou o MVP a Corona pela participação em dois golos e em várias outras oportunidades, criadas pelos seus dribles. Mas gostei muito da exibição de Brahimi do lado oposto. Com estes dois, em forma, o FCPorto torna-se muito poderoso e isso até ajuda a disfarçar quando os avançados não estão propriamente inspirados, como aconteceu hoje. Por falar em duplas, Herrera e Oliver continuam a funcionar muito bem. Ontem pareceu que Oliver jogou ligeiramente mais adiantado e isso fez com que se destacasse mais nas recuperações de bola, que foram imensas. Tal como aconteceu com o regresso de Pepe, o regresso de Danilo vai trazer boas dores de cabeça a Conceição. Mais uma zona do terreno em que temos 3 titulares para 2 posições. Destaque para os brasileiros que tinham um olheiro da Seleção nas bancadas. Notou-se algum nervosismo inicial e uma vontade extra de brilhar. Julgo que lhes correu bem. Destaco também a estreia de Manafá. Conceição fez por mostrar que é uma opção para a esquerda e para a direita. Por último, uma das melhores notícias da noite. O regresso de Otávio dá outra qualidade às opções ofensivas que temos no banco, seja ele titular ou não. Isso fez falta, por exemplo, da Taça da Liga.
Seguem-se duas visitas a Guimarães. Seis pontos deixar-nos-ão numa posição invejável para o último terço de campeonato.
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