Doze
E vão doze vitórias seguidas em todas as competições! Esta é já uma das melhores séries da história do clube e pelo meio houve quatro jogos na Champions League! É, de facto, um feito incrível a adicionar à passagem em primeiro lugar, ao recorde de pontos nesta fase da prova e aos recordes individuais de Marega e Casillas. É certo que não nos resta outra alternativa senão a de continuar a série. Isto porque a Champions fica para trás, e passaremos a concentrar as nossas atenções em competições internas, em que não temos muita folga. No Campeonato temos 3 adversários diretos muito perto, a Taça é uma competição a eliminar e, na Taça da liga, será obrigatório vencer com um resultado robusto, para continuar na prova.
Vamos ao jogo. Desde já confesso que apenas vi partes. Este horário é horrível. Vi com mais atenção a primeira parte que, ao que sei, foi a melhor parte do nosso jogo. Isso não diz muito do resto do jogo, visto que o que vi não foi grande coisa. Mas será que tínhamos condições para fazer muito melhor? Julgo que não. Os mais críticos apontam dois pecados à nossa exibição: pouca bola e oportunidades de golo e defesa muito recuada. Por um lado, Conceição poupou vários titulares e, como já tinha dito aqui, acho muito bem. Até acho que podia ter poupado mais, sobretudo Alex Telles, Danilo e Marega. Mas se com eles foi difícil, que faria sem eles? Assim, Conceição apresentou um onze em que faltava o nosso melhor central e em que sacrificava toda a nossa criatividade. Não havia Oliver, nem Brahimi, nem Otávio, nem Corona. Apesar de os nossos avançados, sobretudo Marega e Hernâni terem inventado dois golos, a equipa teve sempre muita dificuldade em ter bola e segurar o jogo no meio campo ofensivo. Tem a ver com as características dos jogadores que apresentámos. Mas isso contribui decisivamente para que a equipa recue quando pressionada. Assim, a forma como decorreu o jogo decorre muito mais da equipa que apresentámos do que de erros individuais de jogadores, sejam dos habituais titulares, sejam dos habituais suplentes. Sérgio arriscou pôr a equipa a sofrer e saiu-se bem. Prioridades! Era mais importante descansar alguns jogadores. Todos lembraremos mais facilmente a vitória, do que as dificuldades que a equipa sentiu.
De resto, tenho apenas duas notas. Em primeiro lugar, a arbitragem foi bem fraca. Demasiado para este nível. Depois vi alguns comentários paternalistas sobre a exibição de Diogo Leite: «não esteve nem muito bem, nem muito mal e até é normal por causa da idade». E depois há idiotas que vêm com a ideia de que sempre que o miúdo joga sofremos mais golos. Esses vou ignorar, mas registo que sempre que aparece um miúdo bom das equipas jovens, há duas correntes: os que quase ejaculam sempre que toca na bola e os que o fazem a cada vez que ele comete um erro, por pequeno que seja! Diogo Leite, não jogava pela A desde Setembro, fez uma exibição ao nível do resto da equipa e até com menos erros que os colegas de defesa. Maxi, esteve mal nos dois golos sofridos e no penálti que o Galatasaray falhou. Felipe tem mais uma abordagem desastrada no lance do primeiro golo sofrido. Grande parte das jogadas mais perigosas do adversário vieram do lado de Alex Telles. O Diogo teve Erros? Claro! Mas porque é que estão à espera dos erros do miúdo para vir com aquelas frases intragáveis do «eu sempre disse»? Quanto valerá o Diogo ao lado do Militão? Quanto valerá o Diogo se for integrado numa equipa solidificada com a confiança de trazer 12 vitórias seguidas? Já vimos esse Diogo? Que mesquinhez...
Individualmente dou o MVP a Marega. Está em boa forma e teve uma tarefa hercúlea de concentrar em si 90% das nossas despesas ofensivas na segunda parte. Foi também o jogador que, do meio campo para a frente, teve mais capacidade de reter bola e arrastar a equipa consigo. Essa foi uma lacuna no nosso jogo e o motivo pelo qual não consigo dar grandes notas aos jogadores do meio campo e do ataque. Convém no entanto distinguir que Hernâni esteve bem melhor que Adrian Lopez. Além de que foi muito mais decisivo no resultado. Pela negativa, os nossos laterais que foram os mais fustigados e não lidaram bem com isso. Alex ainda não arrancou uma daquelas exibições do ano passado, mas o homem não descansa...
O jogo nos Açores é, mais uma vez, decisivo. Os adversários diretos, bem ou mal, não desarmam e nós temos de continuar a colocar pressão até termos uma vantagem mais confortável ou até ao jogo em Alvalade.
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