Regresso


Foi apenas o terceiro jogo no Dragão em 2019. Três em doze jogos... Mas não vos vou maçar outra vez com a questão do calendário. Apenas vou repetindo, porque parece que o problema é só o Oliver ou o Militão à direita ou a gestão física do Conceição. Há vários fatores e o calendário complicado tem sido um dos tem tido mais influência.

Outro dos factores tem sido o constante azar com as lesões. Nos últimos quatro jogos perdemos três titulares por lesão. E apenas Marega parece ter uma lesão que pode resultar de excesso de carga de jogos. Para ajudar, não vamos ter Soares em Tondela... Isso tem obrigado Conceição a procurar soluções. Primeiro testou o reforço do meio campo com Oliver, Herrera e Danilo. Empatámos em cima do apito e com uma segunda parte bem fraca. Em Roma, testou a substituição direta com Fernando Andrade no lugar de Marega. Não funcionou e tivemos uma primeira parte paupérrima em termos ofensivos. Ontem tivemos Corona a jogar próximo de Soares. Confesso que me pareceu a melhor solução das três, mas a qualidade do adversário era inferior... Ainda assim, tivemos um Corona que tentou fazer os movimentos habituais de Marega, como no primeiro golo, e que consegue também jogar noutras zonas mais afastadas. Óbvio que não terá a mesma frequência no ataque à finalização, mas isso pode ser resolvido com o aparecimento de outros jogadores como Adrian, Herrera e Otávio. 

Mas essa não foi a única alteração que vimos. Houve outra com impacto no jogo e que foi a incorporação de Manafá. Até foi a pedido de várias famílias... Eu não me incluo nesse grupo. Julgo que fez sentido neste jogo. Tenho a sensação que a turba que vinha pedindo o regresso de Militão ao centro, estava a funcionar sobre ideias erradas. Há a ideia de que estávamos a sofrer mais golos. É um facto inegável. Mas temos de ver quais as equipas que defrontámos. Defrontámos a Roma e 6 equipas do top 7 do campeonato, muitas delas longe do Dragão. Julgo que valeu a pena apostar numa linha defensiva reforçada e julgo que essa deverá ser a nossa opção para todos os jogos que considerarmos de dificuldade acima da média, como os próximos com a Roma, Braga e Benfica. Há também a ideia de que estamos a marcar menos golos. É outro facto. Não tenho a certeza que a causa seja pelo Militão a lateral direito. Até em Roma tivemos, na segunda parte, várias ocasiões de golo e outras jogadas de muito perigo que não conseguimos transformar em ocasiões de golo. De facto existe um problema de concretização e de último passe, mas julgo que vai muito para além de quem se escolhe para lateral direito. O jogo de ontem é um bom exemplo. Tivemos dois laterais muito envolvidos no jogo e na manobra ofensiva e marcámos apenas dois golos. Menos até que alguns jogos com Militão à direita como aconteceu com o Belenenses no Dragão ou em Chaves. Conclusão: acho que a chegada de reforços para a defesa permite ter várias soluções para diferentes tipos de jogo. Seja com uma defesa mais reforçada, com Militão à direita, seja com laterais mais projetados, como aconteceu ontem. Temos é de aproveitar para ir refrescando a defesa à medida que vamos introduzindo novas soluções como Pepe e Manafá.

Quanto ao jogo, foi tranquilo. É sempre caso para destaque! Sobretudo com um onze com tantas alterações. Marcámos cedo e isso ajudou a tranquilizar. A expulsão do moço que se pôs de joelhos perante o Herrera, veio sentenciar a partida. A pressão está devolvida aos adversários e, pelo menos, o Braga já sucumbiu. Gostei da dinâmica que a equipa demonstrou, sobretudo com Corona, com a entrada de Oliver e com os laterais, bem projectados. Acho que, mais uma vez, o nosso score de golos fica bem aquém da nossa produção ofensiva, sendo esse um problema recorrente e a maior fonte de dores de cabeça para Conceição.

Individualmente dou o MVP a Alex Telles. Apesar da notória falta de descanso, tenho notado que o Alex tem vindo a aproximar-se da sua forma das épocas anteriores. Muito mais disponível para atacar a linha de fundo seja em desmarcações para receber longo de Oliver, seja em drible. Vem em boa hora! Gostei muito da estreia de Manafá. Era o jogo certo para lançá-lo e começou cedo a mostrar serviço. Dá a ideia que pode replicar um pouco os movimentos interiores de Ricardo Pereira. Obviamente, não foi muito testado defensivamente. Gostei também de Corona nas suas novas funções. É o nosso jogador ofensivo em melhor forma e fez muita falta em Roma. Gostei também da entrada de Oliver e continuo sem perceber porque não é um indiscutível  neste onze e neste esquema de jogo, que exige acelerações de ritmo e qualidade no passe longo...  Pela negativa, não tenho grandes destaques. Diria apenas que Soares viu um amarelo desnecessário e que isso nos causa problemas porque as segundas ou terceiras linhas, como Fernando Andrade e André Pereira, não dão muitas garantias. O André até entrou melhor tentando ligar mais com a equipa de costas para a baliza, mas falhou muitas receções de bola.

Tondela antecede mais uma daquelas séries infernais de jogos. A margem de erro já se foi. Não resta outra opção se não a de vencer!

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