Banco bom
O grande destaque desta noite foi o resultado que nos deixa muito perto do Jamor. Mas importa destacar o nosso banco de suplentes: Iker, Maxi, Militão, Danilo, Brahimi, Soares e Marega. Tanto talento e tantos títulos num só banco de suplentes. Se há uns meses perguntassem se seria possível ganhar 3-0 ao Braga, com um onze que não incluísse estes jogadores, alguém acreditaria? Esta tem sido uma das grandes vitórias de Conceição. Tem demonstrado uma capacidade de inventar soluções que é absolutamente invulgar. Já sabemos que não é um treinador que goste muito de rotações e de poupanças, mas a verdade é que as segundas linhas aparecem quando são necessárias e Conceição é capaz de os manter preparados e motivados.
É óbvio que os dois golos, que nos deixam bem perto da final, vieram do banco. Mas a exibição do onze inicial foi bastante sólida perante um adversário difícil que se apresentou no Dragão com mais cautelas do que as que vinha demonstrando nos anteriores jogos com os grandes. O próprio FCPorto apresentou, na primeira parte, algumas variações estratégicas que não funcionaram imediatamente e que também ajudaram ao equilíbrio inicial. Adrian jogou como elemento mais adiantado com Corona, Fernando Andrade e Otávio soltos nas costas e trocando constantemente de posição. Quem beneficiou mais deste esquema foram os laterais que se soltaram constantemente. Mas faltava poder de fogo na área e isso fez com que tivéssemos sido mais perigosos nas bolas paradas. O golo surgiu de um penálti em que Marafona pôs o cirurgião plástico de Herrera a esfregar as mãos de contente, julgando que o iria ter nova oportunidade de fazer alguns reajustes naquela cara laroca. Mas Conceição viu bem e, apesar de já estar a ganhar, corrigiu ao intervalo com Soares. E a segunda parte é toda nossa. É certo que o Braga foi perigoso em dois cantos e no lance de Dyego Sousa, com grande parada de Fabiano. Mas foram claras excepções. O jogo passou a jogar-se no nosso meio ofensivo com muita qualidade na posse e com o resultado sempre a tender para ficar mais gordo para o nosso lado. Concretizou-se no último suspiro, de forma justa.
Três destaques nesse que foi o momento da noite. Por um lado, o FCPorto perdeu a possibilidade de estar tranquilo no jogo com a lesão de Manafá. Foi esse o factor que ditou que a equipa tivesse de recuar nos minutos finais. Mas o sacrifício de Manafá permitiu que tivesse feito a recuperação de bola, decisiva para o golo. Decisiva também foi a opção de Oliver de continuar a jogada depois de já ter a certeza de que iria ser marcada falta. Quantos o fariam neste mundo do futebol? Depois a magia de Brahimi. Sublime, como só ele sabe ser!
Individualmente, tinha 3 candidatos a MVP: Pepe, Oliver e Corona. Aquele último lance ajudou a desempatar e o MVP vai para Oliver. É o segundo consecutivo. Já sei que não houve crónica do Tondela, visto que não consegui ver o jogo em condições, mas daria ao Oliver, obviamente. Estes destaques a Oliver são constantes aqui, mas nem está tanto em causa o desempenho individual. A equipa joga melhor com Oliver. Faz coisas diferentes e é um claro upgrade ao FCPorto do ano passado, por exemplo. Pepe também tem sido um claro upgrade e tem demonstrado que a aposta neste veterano foi, como seria de antecipar, uma aposta decisiva para esta segunda volta. Corona é, a par de Oliver, o jogador em melhor forma no FCPorto. Finalmente estamos a ter um Corona consistente! De resto, voltei a gostar dos laterais apesar de me assustar um pouco a incapacidade de Manafá para durar um jogo inteiro em boas condições físicas. Será mais uma razão para o regresso de Militão à lateral direita nos próximos dois jogos. Destaque final para o impacto positivo de Soares no jogo e para a classe com que finalizou no 2-0. Pela negativa, tenho de voltar a destacar Fernando Andrade. Nem vou comparar o seu rendimento com Marega ou Soares. Seria algo injusto. Basta comparar o seu impacto no jogo com o de outro jogador que tem tido oportunidades semelhantes: Adrian Lopez. Não tem comparação, pois não?
No sábado, temos a possibilidade de dar a primeira estocada em direcção ao Bi. Estas últimas exibições já devem estar a pôr algum travão na habitual tendência eufórica do Benfica quando ganha 3 jogos seguidos. Quanto mais 8... Mas convém não esquecer que, pelo meio, houve uma derrota contra os do costume... Correndo tudo bem no sábado, vão poder reavivar a memória!
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Abraço,
Artur