Sete pecados capitais do FCPorto 2013/2014 - O Processo
Vamos terminar esta serie de artigos com o último pecado
identificado. Poderá parecer o menos importante mas é, para mim, um claro sinal
de má gestão no relacionamento com os adeptos. E isso é grave porque não pode
mudar de acordo com a existência ou não de sucesso desportivos. Estou a falar do processo movido a Miguel
Sousa Tavares por causa de um artigo em que se insinua sobre o destino do
dinheiro no negócio Ghilas.
Custa falar sobre o caso visto que só tivemos informações
por uma das partes do processo, o acusado… Ainda assim, não há dúvidas que o
processo existe e que os motivos são na essência aqueles. Vamos ao ponto. Numa temporada
horrível como esta, custa perceber que das poucas reações que vimos, uma é
contra um adepto conhecido do FCPorto. Revejam lá essas prioridades! Logo aqui
o primeiro absurdo.
E depois, relembrando o inesquecível Dr. Pôncio Monteiro, a
questão da intensidade. Aqui é fácil de detectar… Foi uma reacção enérgica!
Então se compararmos com as reacções perante os ataques constantes que vamos
sofrendo, isto é de ‘bradar aos céus’! Dou um exemplo para se comparar: lembram-se
da nossa reacção à vergonhosa manifestação do ‘ridículo vasquinho’ antes do
Sporting-FCPorto deste ano? Reagimos com uma ‘queixita’ na Liga de Clubes ou na
Federação… Em comparação directa em termos de impetuosidade da reacção, temos também
por aqui um absurdo completo.
Para terminar, a questão do ‘delito de opinião’. Pouco
interessa o conteúdo. Eu até acho que o Miguel Sousa Tavares só tem opiniões sobre
futebol que aprecio, quando aborda as ‘politiquices do mesmo’. Em tudo o resto o
seu brilhantismo literário redunda numa mera opinião de café, com rigor de um
qualquer adepto. É assim há anos. Porque é que a opinião dele incomodou tanto? Logo
esta? Há tantas outras iguais ou piores… Este ano recordámo-nos que na única
intervenção forte do ano, em entrevista ao Porto Canal, Pinto da Costa teve
como alvos a arbitragem, mas também os comentadores portistas. Logo aí achei estranho, mas julguei que era por causa do António Oliveira. No
final do ano temos isto. Para um clube que tem uma referência tão clara ao 25
de Abril de 1974, como ponto de viragem na sua história, tentar condicionar a
opinião dos adeptos é o absurdo dos absurdos! Ainda mais quando 99,9 % das
opiniões são, do mais alinhado possível com o Presidente e com grande parte
das suas decisões. Arrisco até dizer que a 100% dos adeptos estão com o Presidente
e, quando têm algo a criticar, criticam o treinador, os jogadores e a SAD (entidade
oculta fonte de tudo o que é mau no clube). Perante este estado de coisas, qual
é o interesse de qualificar as opiniões dos comentadores portistas? Qual é o
interesse de contestar judicialmente a opinião de um comentador, por absurda
que seja? É para incentivar o ‘carneirismo’? «Até podemos estar todos errados mas o que
importa é que estejamos unidos!» Será isso? Esse não é o meu FCPorto!
Cometeram-se muitos erros e é certo que os resultados
desportivos expuseram-nos ao máximo. Que não
seja uma época para esquecer! É para lembrar e para aprender com os erros
cometidos. Queremos o regresso de um FCPorto de combate, mas com alvos bem
definidos!
Comentários
Ou, então,... se calhar, foi mais um tiro no pé...
O homem insinuou, porque lhe falta a frontalidade, que alguém ganhou em proveito próprio com os dinheiros da transferência. Qual a parte que não perceberam?