Sete pecados capitais do FCPorto 2013/2014 – O modelo
Segundo capítulo da saga, segundo pecado capital
identificado. Na minha opinião o modelo desportivo tem de ser ajustado. De uma
forma simplista, o esquema é desenhado em três pilares fundamentais: scouting
poderoso e aposta na relação com empresários com poder em mercados específicos;
valorização dos ativos adquiridos pela sua inclusão numa equipa com rotinas de
vitória, com títulos e com exposição na montra europeia; e obtenção de mais
valias na venda dos jogadores para Ligas mais poderosas.
Não está em causa a totalidade do modelo. A crise não fez
abrandar as propostas faraónicas por jogadores e não será um ano sem títulos
que afastará os compradores. O problema está no scouting e nas contratações.
Mercados anteriormente acessíveis como o brasileiro e argentino, apresentam
agora condições económicas que tornam qualquer talento precoce identificado num
negócio demasiado oneroso. E não só! A confusão instalada nas propriedades dos
passes torna absolutamente impossível o nosso habitual antecipação e abordagem discreta,
criando ainda mais entraves negociais. A praga tem-se alastrado a todo o
mercado sul-americano e não é por mudarmos as baterias para a Colômbia ou para
o México que vamos fugir à tendência. São jogadores bons mas cada vez mais
caros e, com a co-propriedades de passes, com o inflacionamento dos mercados, começamos
a ter mais-valias cada vez menores. Lembrem-se lá do último jogador adquirido
no mercado sul-americano contratado por menos de 4-5 milhões de euros?
Fernando? É uma espiral que tornará o modelo insustentável a médio prazo, para
clubes que não têm acesso a petrodólares ou perdões de dívida na Banca.
Percebo, no entanto, que já se começou a inverter o ciclo e
que, já este ano, procurámos não ‘pôr os ovos todos no mesmo cesto’. Temos
tentado apostar mais na contratação de miúdos para desenvolver nas camadas
jovens e equipa B, nomeadamente no mercado africano, por exemplo, o doloroso
Atsu e o inenarrável Abbdoulaye. Percebemos também que houve uma aposta
reforçada no mercado nacional com Ricardo, Licá, Josué, Tiago Rodrigues e
Carlos Eduardo (brasleiro mas o contexto é diferente). Mas o grosso do investimento está no mercado Sul-americano. É também
aí que está o maior risco. Quanto mais caro, mais arriscado…
Como temo que, perante a época que fizemos se tenha a
tentação de voltar a esses caminhos e contratar o novo Lucho ou o novo Hulk por
7-8 milhões cada um, proponho um ajuste ao modelo. Já temos estrangeiros de
qualidade no plantel e poderemos até chegar à conclusão de que um FCPorto com
mais portistas e mais portugueses, não será nada inferior ao do FCPorto que
temos visto nos últimos anos. Melhor que o de este ano não será difícil…
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Saudações Portistas
Paulo Almeida