Na ressaca do pesadelo da passada quarta-feira, duas evidências: a renovação de Jesualdo Ferreira e degradação do futebol que praticamos. Se a quebra anímica demonstrada contra a Académica é temporária, Jesualdo está para ficar. Se é para ficar vamos a objectivos:
Objectivos imediatos (parecem-me óbvios):
- Manter ou aumentar a vantagem no campeonato;
- Vencer a Taça de Portugal;
- Exigir a renovação de Paulo Assunção;
- Manter os níveis de motivação da equipa.
Objectivos a médio prazo:
Aqui é que está o que me preocupa. Se renovamos com Jesualdo assumimos que o projecto continua e como tal a exigência aumenta. Ou seja, o plantel é para manter, estimando no máximo duas saídas que servirão para abater ao passivo e compensar os resultados da actividade normal do clube, que sem as receitas de vendas de jogadores é claramente deficitária. É uma aposta à partida conservadora, mas julgo que deixará de o ser a partir do momento em que se estabelecerem objectivos claros. Um deles passará pelos resultados europeus. Chegar consecutivamente aos oitavos de final não é mau e quem dera a muitos. O problema que vejo é a incapacidade recente para defrontar grandes equipas, sobretudo no nosso estádio. Liverpool, Inter, Chelsea todos passaram com mais ou menos dificuldade por nós. É uma evidência. A nossa equipa tem já três anos e há que exigir mais. Mais do que pedir a Jesualdo que chegue aos quartos de final da Champions, tem de se pedir que finalmente comece a enfrentar “olhos nos olhos” os grandes da Europa. Basta de vitórias morais como a de este ano e a de Stanford Bridge! A garra dos jogadores na quarta-feira ajudou a esconder a incapacidade que temos para resolver nos momentos em que isso nos é exigido. Fizemos uma exibição muito mais de coração do que de cabeça. Onde está o dedo do treinador? Há 3 anos que temos um problema com as bolas paradas (tão importantes nestes jogos), onde está o trabalho de laboratório neste ponto fulcral no futebol moderno. Isto é só um exemplo e é isso que me preocupa. Sinceramente e apesar do bom trabalho interno, Jesualdo não me parece talhado para voos mais altos, mas há alternativas? Só se for no estrangeiro, mas todos sabemos, pelas más experiências recentes, que isso é um risco. Conclusão, a renovação de Jesualdo parece conservadora pelo perfil do treinador e respectiva integração num projecto que já dura três anos, mas é arriscado devido às dificuldades claras que ele tem demonstrado nos grandes campos. Onde está o sistema alternativo ao 4-3-3? Sempre que foi utilizado foi um desastre dando toda a ideia de que nem sequer foi trabalhado. Assim, apresento de forma mais sucinta a minha opinião: Aceito a renovação mas com as reservas do costume.
Equipa para Matosinhos:
Helton; Fucile, Bruno, P.Emanuel e Cech; Paulo, Raul e Lucho; Lisandro, Quaresma e Tecla.
PS: Em entrevista concedida ao jornal argentino Clarín, Lucho Gonzalez confessou sentir-se «muito bem em Portugal e no FC Porto». A satisfação do craque é sincera, ao ponto de ver uma chamada à formação das pampas como uma das poucas razões para justificar a sua saída da Invicta: «Alfio Basile, o seleccionador, gostaria de me ver em Espanha ou Inglaterra, mas, nesse caso, só iria pela selecção».
Comentários
Uma nota para o jogo com a Académica... não foi pelo GOLO... mas Quaresma teve melhor... isto é, passou a bola...
Outra nota, que até merecia post, para uns comments no MSN do Sr. Moutinho comigo... aí vai...
Paulo Bento disse ontem " ainda vamos chegar ao lugar de acesso a liga dos campeoes". O que ele percebeu é que quem está a frente do Sporting são o belenenses, setubal, guimaraes e benfica...tudo adversários que o Porto ainda tem de jogar. Logo ele sabe que depende de nós... e sabe bem da nossa superioridade.
Quanto ao resto... vamos aguardar os próximos jogos... mas concordei com a renovação do Jesualdo... era expectável isso acontecer quando estas coisas acontecem e o PC esteve bem... depois logo se vê...
http://culinariablog.blog.com/
:D
As bolas paradas têm sido uma pecha que já vem de trás. A incapacidade da equipa neste âmbito é gritante! Sem dúvida, um aspecto a melhorar urgentemente.
Lucho González é um senhor. Oxalá não saia. Mas alguém terá que sair... É uma pena todos os anos ver partir alguns dos nossos melhores atletas...
Cumprimentos.
Artur ainda vais ter saudades do Mustang...
1. A eliminatória perdida contra o Schalke e a forma como foi perdida, deixou-nos, a nós portistas, psicologicamente de rastos. Por várias razões, a saber:
— Porque desde cedo se percebeu que a Champions League ia ser o único verdadeiro desafio da época. O campeonato seria fácil demais para chegar a constituir desafio, a Taça da Liga era apenas um estorvo e a Taça de Portugal um prémio de consolação para vencidos de tudo o resto – o que não seria e não é o nosso caso. Passar a fase de grupos era o primeiro e essencial desafio e foi ultrapassado de forma categórica. Aí chegados, também, é preciso sermos realistas: o FC Porto tem uma boa equipa, seguramente uma das melhores da Europa. Mas não tem equipa para ser campeão europeu. Os quartos-de-final seriam o culminar de uma época de êxitos, as meias-finais um marco quase inimaginável. Logo, muito dependeria do sorteio dos oitavos-de-final.
— E, em parte por sorte, em parte por mérito próprio (ter terminado em primeiro lugar no grupo faz bastante diferença), o FC Porto teve sorte no sorteio: o Schalke 04 era uma equipa perfeitamente ao alcance do FC Porto – com muito menos experiência, infinitamente menos futebol, muito menos categoria.
— Com o avanço conquistado no campeonato e a sorte de uma época praticamente sem lesões, o FC Porto pôde planear esta eliminatória com tempo e com capacidade de gestão do plantel, ao passo que o Schalke chegou à eliminatória sem poupanças, sem crença e em crise.
— E, enfim, porque, para o ano que vem, não sabemos se lá teremos o Bosingwa, o Bruno, o Lucho, o Quaresma ou o Lisandro. Conhecendo o que a casa gasta e olhando para as pouco subtis pressões da imprensa lisboeta ligada aos rivais, não é de prever que tal milagre aconteça.
Custa muito ser afastado da Europa por uma equipa que mostrou exuberantemente ser inferior e ter jogado sempre no factor sorte. Custa muito ver o melhor futebol derrotado apenas pela sorte e por um factor individual: um guarda-redes concedeu um golo perfeitamente evitável aos 3 minutos do primeiro jogo e que viria a revelar-se decisivo; o outro defendeu tudo o que era imaginável mais o que não era, até aos penalties do segundo jogo. Essa é a primeira razão deste tão triste desfecho: o FC Porto não teve sorte alguma nos dois jogos com o Schalke. No primeiro, merecia, pelo menos, ter empatado; no segundo, justificou a vitória por 3 ou 4-0, e acabou derrotado no penalties. Como já tínhamos visto no jogo com o Sporting, também é preciso que a sorte não esteja sempre do mesmo lado.
As grandes equipas conseguem contornar os erros de arbitragem e a sorte do jogo. Nem sempre, mas conseguem. O FC Porto não o conseguiu, o que quer dizer que também houve erros próprios. E, praticamente de todos. Jesualdo Ferreira esteve a um passo de uma época de êxito pleno, teve muito pouca sorte em não ter lá chegado, mas também cometeu alguns erros, a meu ver: o primeiro foi o do Helton – não vou voltar ao assunto, mas já dei a minha opinião de que não é jogador para grandes jogos. Não é, ao contrário de Neuer, do Schalke, um guarda-redes que garanta vitórias e milhões. Depois, Jesualdo teve o erro crónico do Mariano González. Quando o Fucile foi (injustamente) expulso no Dragão e ele fizera entrar o Mariano, o FC Porto não ficou a jogar com dez, ficou sim a jogar praticamente com nove e meio. No ano passado era o Renteria, este ano é o Mariano: pergunto-me que estranha fixação terá Jesualdo Ferreira neste Mariano González, o qual, basta olhar para a maneira como conduz a bola sem levantar a cabeça, as dificuldades que tem em dominá-la, a absoluta falta de ideias e capacidade de que dá mostras, para compreender que não cabe na equipa. Também Farias foi um erro de casting: será útil para jogos caseiros de pouco grau de exigência, mas jamais será jogador de grandes jogos. E, enfim, para quem havia anunciado que ensaiara os penalties durante a semana, prevendo um desempate nesses termos, Jesualdo mostrou que ensaiou pouco ou mal, ao contrário dos alemães. Pessoalmente, nunca aceitei a frase feita da «lotaria dos penalties». Quem alguma vez marcou penalties ou tentou defendê-los, sabe que há técnicas para tal que se apuram e há regras de ciência que aos treinadores cabe explicar. E, tirando Lucho, nenhum dos outros intervenientes do FC Porto nos penalties – Helton, Bruno Alves ou Lisandro – mostrou fazer a mínima ideia de como se marca e se tenta defender um penalty. Os alemães sabiam-no e, por isso mesmo, nem mesmo em superioridadde numérica durante quase uma hora, se preocuparam em tantar evitar a suposta «lotaria dos penalties».
Para além do erros que acho que Jesualdo cometeu, outros contribuiram também para a derrota: Lisandro falhou três golos no conjunto dos dois jogos; Tarik falhou dois no Dragão, um deles indesculpável; Quaresma esteve «ausente» do primeiro jogo e falhou um golo imperdível no segundo; Farias falhou outros dois no Dragão, de forma que tornou claras as suas limitações de vária ordem; e Lucho, que fez duas grandes exibições, continuou cativo de uma estranho temor de arriscar o remate para golo, quando tinha condições para o fazer.
E, todos juntos, mais um gigante chamado Neuer e um monstro chamado azar, escreveram a história de uma eliminatória ingloriamente perdida. Para o ano há mais? Pois, o problema é mesmo esse. Não sabemos se para o ano há outra hipótese como esta.
2. Camacho antecipou a sua morte anunciada e poupou ao «amigo» Luis Filipe Vieira a chatice de ter que despedir um amigo e o contratempo de ter que indemnizar o treinador que foi a sua aposta pessoal. E aí vão já dois, na mesma época: escolhidos por ele, descartados por ele. Até quando é que o discurso do Apito continuará a conseguir desviar as atenções?
3.Para consolo interno, costuma-se dizer que o «Sporting está em todas as frentes». Na verdade, não está em nenhuma por mérito próprio: está na taça UEFA porque falhou a continuidade na Liga dos Campeões e o sorteio tem sido misericordioso; está na Taça de Portugal, porque também lhe calhou jogar sempre em casa e contra equipas fracas; está na final da Taça da Liga, porque foi a única equipa das grandes que ligou alguma coisa ao assunto e, mesmo assim, porque, contra o Fátima, era uma eliminatória a duas mãos e contra o Setúbal lhe bastou ficar em segundo lugar num grupo onde atrás de si só havia equipas da segunda divisão; e, na Liga está a 20 pontos (!) do primeiro lugar, a seis da entrada directa na Liga do Campeões e a lutar presentemente por um lugar na UEFA. Contra o Benfica, pese à desajuda de Paraty, nunca mostrou argumentos suficientes par levar de vencida uma equipa que nem ao Leiria mete medo. E, noutro jogo da verdade, em Guimarães (com o seu querido Lucílio Baptista, por uma vez imparcial), mostrou-se inferior em tudo a quem lhe disputa o terceiro lugar. A falta de Liedson e a falta de orçamento não explicam tudo: há ali também muita falta de classe, muito menino que se acha vedeta internacional, mas que não imagina o trabalho que isso dá.
4.E, agora, que faz um adepto portista reduzido à tristeza deste campeonato? Torce pelo Guimarães e pelo Setúbal, para que sejam eles a disputar a Champions. E torce pela Académica e pelo Leixões, para que não desçam.
A Bola
11/03/2008
Lucho e lisandro convocados para a selecção argentina.
Mas a verdade e k percebe tanto de futebol como o Orelhas!!
Receita:
20g de Leiria
30g de Getafe
Molho Chalanix
Porto qb
Uma pitada de LFV para temperar
Misturar tudo e bater bem, não se esqueçam de pôr LFV, é essencial, dá um sabor especia! 90 minutos no forno da luz e voilá, um petisco pronto a ser papado por qualquer adversário.
Como já tinha visto que este blog tinha uma vertente muito ligada à culinária, desfrutem da receita