A Trindade do Lopes
Como nota introdutória, direi que
não me apetecia esperar pelo nosso primeiro desempenho na Taça da Liga
para fazer a minha avaliação do trabalho de 2014 de Lopetegui. Não
haveriam muitos resultados que pudessem mudar a minha opinião, fossem
positivos ou sobretudo os negativos. Por isso, escrevi este texto antes
do último jogo do ano.
Em termos objectivos a avaliação esquematizada por competição é fácil:
- Campeonato - Má
- Champions - Muito boa
- Taça de Portugal - Péssima
Sou
capaz de arriscar que é uma avaliação consensual entre os Portistas.
Mas globalmente o nosso desempenho em termos de resultados, considerando
um nível de exigência FCPorto, foi mau. Temos apenas a Champions como
amenizador dos resultados internos. Mas será que a Champions chega para
compensar os restantes resultados? Convem não esquecer a importância
desta competição para o nosso modelo de clube, sobretudo para o nosso
modelo de negócio. Pondo a questão noutros termos, na Europa atingimos
com facilidade e brilhantismo o objetivo mínimo, mas no campeonato o
objetivo mínimo é igual ao máximo. É o título! E esse vai a seis pontos
de distância. Por isso e apenas por isso, a minha avaliação, a meio do
campeonato, é má.
Ora
se é má, importa saber se o Lopetagui teve e tem condições para fazer
melhor? Essa avaliação ajuda a perceber se os resultados maus
(consideração minha) têm atenuantes ou agravantes.
Dada
a quadra natalícia, resolvi pôr a questão sob três planos representados
pela famosa trindade: Pai, Filho e o Espírito Santo.
Comecemos
pelo Pai. O Presidente dá condições? Bem, por aqui não há nada de novo.
É das características que mais apreciamos em Pinto da Costa. O
treinador tem o apoio incondicional do Presidente até ao limite do
razoável. Todos têm tido, sem excepção. Não há um único registo de um
ex-treinador do FCPorto que não declare consistentemente que teve todo o
apoio do seu Presidente e da estrutura dirigente. Acresce a estas boas
condições de trabalho o invulgar prazo de contrato com o treinador: uns
inéditos três anos de contrato, anunciados logo na apresentação do
técnico. Por aqui tudo bem, ao contrário do que acontece noutros
clube...
Vamos ao Filho. Jesus representa nesta argumentação a força dos adversários, mais concretamente o que vai à nossa frente, que é o que mais interessa. O facto de termos um adversário directo que aposta consecutivamente no mesmo treinador é uma desvantagem num momento em que o FCPorto aposta num novo rumo. À partida a tarefa de Lopetegui sai dificultada. Mas o facto de Jesus continuar, permite também que se faça uma comparabilidade mais precisa entre o plantel do ano passado do nosso adversário e o deste ano. Se nada mudou a não ser o plantel, não será difícil concluir que o adversário está teoricamente mais fraco. O plantel é mais curto e de pior qualidade. Nota-se no futebol, nota-se na Europa, está à vista de todos. Se não estamos à frente temos de reconhecer que, até ao momento, Jesus está a fazer melhor com menos. Isso também tem de ser tomado em consideração na avaliação desta metade de época.
Para terminar, o Espírito Santo. Aqui refiro-me à qualidade do nosso plantel. Aparentemente, a derrocada de um importante parceiro financeiro, não infuenciou a construção de um plantel de qualidade e equilibrado. Pelo menos não influenciou tanto como no caso do nosso adversário. O tal que vai a seis pontos e que teve de vender novamente um dos melhores jogadores nos últimos dias. Já o FCPorto, no banco contra o Setúbal, estavam um internacional mexicano, um argelino, um espanhol, um colombiano e um camaronês. Quatro deles, jogaram no último mundial. Em campo estavam mais sete internacionais. É indesmentível que o nosso plantel é melhor que o do ano passado. Mais qualidade, mais variedade, mais soluções, isto apesar da crise.
Não falta apoio, não faltam condições, não faltam jogadores. Sucede até que o principal adversário está notoriamente mais fraco. Tudo isto torna o facto estarmos a 6 pontos do primeiro lugar num insucesso desportivo ainda maior e numa avaliação mais negativa do trabalho de Lopetegui. É a minha opinião intercalar e que infelizmente coincide com a opinião inicial. Esperemos que a do final de época seja bem melhor! Esperança de adepto...
A esse propósito e como estou apreensivo, vou falando com portistas sobre o assunto. Não há ninguém que diga que está plenamente satisfeito, mas uns acham que ele está a adaptar-se ao lugar e que ainda vai a tempo. Uns falam do 'colinho' ao adversário desvalorizando erros próprios. Outros acreditam que qualidade do plantel e do clube aparecerá mais cedo ou mais tarde. Entre estes grupos tem gente que gosta e gente que não gosta de Lopetegui. Percebo apenas uma tendência generalizada de moderado optimismo que eu não percebo. Arriscando ser um pouco demagógico, pergunto: e se ele se chamasse Lopes? Ou Paulo? Ou Vitor? Será que os adeptos estariam divididos quanto à avaliação do trabalho do treinador? Será que estariam esperançosos numa reviravolta inédita nos últimos anos perante a distância de seis pontos? Tenho dúvidas.
Vamos ao Filho. Jesus representa nesta argumentação a força dos adversários, mais concretamente o que vai à nossa frente, que é o que mais interessa. O facto de termos um adversário directo que aposta consecutivamente no mesmo treinador é uma desvantagem num momento em que o FCPorto aposta num novo rumo. À partida a tarefa de Lopetegui sai dificultada. Mas o facto de Jesus continuar, permite também que se faça uma comparabilidade mais precisa entre o plantel do ano passado do nosso adversário e o deste ano. Se nada mudou a não ser o plantel, não será difícil concluir que o adversário está teoricamente mais fraco. O plantel é mais curto e de pior qualidade. Nota-se no futebol, nota-se na Europa, está à vista de todos. Se não estamos à frente temos de reconhecer que, até ao momento, Jesus está a fazer melhor com menos. Isso também tem de ser tomado em consideração na avaliação desta metade de época.
Para terminar, o Espírito Santo. Aqui refiro-me à qualidade do nosso plantel. Aparentemente, a derrocada de um importante parceiro financeiro, não infuenciou a construção de um plantel de qualidade e equilibrado. Pelo menos não influenciou tanto como no caso do nosso adversário. O tal que vai a seis pontos e que teve de vender novamente um dos melhores jogadores nos últimos dias. Já o FCPorto, no banco contra o Setúbal, estavam um internacional mexicano, um argelino, um espanhol, um colombiano e um camaronês. Quatro deles, jogaram no último mundial. Em campo estavam mais sete internacionais. É indesmentível que o nosso plantel é melhor que o do ano passado. Mais qualidade, mais variedade, mais soluções, isto apesar da crise.
Não falta apoio, não faltam condições, não faltam jogadores. Sucede até que o principal adversário está notoriamente mais fraco. Tudo isto torna o facto estarmos a 6 pontos do primeiro lugar num insucesso desportivo ainda maior e numa avaliação mais negativa do trabalho de Lopetegui. É a minha opinião intercalar e que infelizmente coincide com a opinião inicial. Esperemos que a do final de época seja bem melhor! Esperança de adepto...
A esse propósito e como estou apreensivo, vou falando com portistas sobre o assunto. Não há ninguém que diga que está plenamente satisfeito, mas uns acham que ele está a adaptar-se ao lugar e que ainda vai a tempo. Uns falam do 'colinho' ao adversário desvalorizando erros próprios. Outros acreditam que qualidade do plantel e do clube aparecerá mais cedo ou mais tarde. Entre estes grupos tem gente que gosta e gente que não gosta de Lopetegui. Percebo apenas uma tendência generalizada de moderado optimismo que eu não percebo. Arriscando ser um pouco demagógico, pergunto: e se ele se chamasse Lopes? Ou Paulo? Ou Vitor? Será que os adeptos estariam divididos quanto à avaliação do trabalho do treinador? Será que estariam esperançosos numa reviravolta inédita nos últimos anos perante a distância de seis pontos? Tenho dúvidas.
Comentários
Quanto ao Lopes, eu vou esperar e acreditar... é sempre mais fácil opinar com resultados finais... ;)