FC Porto 2-1 Beira-Mar (90-91)...
Notas:
- Que grande arrancada do Kiki no primeiro golo...
- O comentador diz que o primeiro golo foi de Domingos e não de Semedo como aparece na introdução... fundamentei-me na informação do zero-zero, mas certo certo, é que saltam os dois à bola... embora pareça claramente Domingos...
- O comentador diz que o primeiro golo foi de Domingos e não de Semedo como aparece na introdução... fundamentei-me na informação do zero-zero, mas certo certo, é que saltam os dois à bola... embora pareça claramente Domingos...
- Golo na própria de João Pinto... depois de meter o pé à bola, o capitão entra em pânico...
Comentários
O auto-golo do nosso capitão é uma delícia! LOL
Também me lembro do episódio, mas nem raciocinei quando estava a fazer o post... pensei mesmo que era um erro do zero-zero pois parece demais evidente que é o Domingos a marcar...
Termina a época 1990/91. Domingos, oficialmente afastado da conquista da “Bola de Prata, em Portugal, poderia ter sido internacionalmente reconhecido como vencedor da “Bota de Ouro”, o prestigioso troféu instituído pelo semanário “France Football” e que, anualmente, distingue o melhor marcador europeu.
Com efeito, segundo a classificação semanalmente atribuída por aquela publicação francesa, o jogador do Futebol Clube do Porto terminou o campeonato com 25 golos marcados, exactamente o mesmo número atribuído a Rui Águas. Assim sendo, os dois futebolistas surgem empatados na classificação geral daquele troféu. Por acaso, havia pelo menos três jogadores (o turco Colak, o checoslovaco Danek e o jugoslavo Pancev) com mais tentos obtidos nos respectivos campeonatos. Se assim não fosse teríamos assistido a uma situação de enorme gozo e extremamente caricata.
Os senhores da “Bola” não atribuíam a Domingos o troféu de melhor marcador português, mas o “France Football” atribuía-lhe a “Bota de Ouro”, símbolo de melhor goleador da Europa. Seria, porventura, uma situação única na história do futebol mundial. Um jogador não consegue ser reconhecido como o melhor marcador do campeonato do seu país, mas é internacionalmente glorificado como o melhor goleador do seu continente. Isto só mesmo em Portugal.
Como é óbvio, o dito jornal entrega o troféu a quem muito lhe apetecer. Isso não impedirá nunca que, para os desportistas isentos e com suficiente independência e capacidade de visão, Domingos tivesse sido, de facto, o melhor marcador do Campeonato Nacional de futebol da I Divisão, na época 1990/91.
Estava tudo muito calmo, porque já estaria dado como adquirido que Domingos nunca conseguiria recuperar o atraso em que se encontrava. A atmosfera tornou-se densa, negra, no decorrer do ultimo jogo , frente ao Guimarães, dado que Domingos encetou uma recuperação espectacular e conseguiu quatro tentos, passando a totalizar 25 golos. Na Luz entraram em pânico. Para ultrapassar o avançado portista, Rui Águas teria de marcar três tentos, já que, em caso de igualdade, a vitória seria atribuída a Domingos.
O benfiquista conseguiu dois golos, mas pôde descansar, porque os amigos são para as ocasiões. A “Bola” já se tinha encarregado de atribuir a Semedo (jogo com o Beira Mar) um golo que fora de Domingos, pelo que tudo estava certo. Esqueceram-se, porém, não só que muita gente viu o jogo e o golo (e não apenas o jornalista do jornal lisboeta), como ignoraram o facto de a televisão ter mostrado imagens que não deixaram margens para dúvidas.
O próprio comentador da RTP, na noite de 12 de Maio de 1991, atribuiu o golo a Domingos. No final do “Domingo Desportivo”, em que é apresentada a sequência dos golos da jornada, o golo continuou a ser atribuído ao dianteiro portista e, na semana seguinte, a lista dos marcadores contabilizada pelo “Domingo Desportivo” indicava 23 golos para Rui Águas e 21 para Domingos e F. Gomes. Ninguém contestou – parece – que Domingos conseguiu quatro tentos frente ao Guimarães. Uma simples operação aritmética permite concluir que quatro, somados a 21, é igual a 25.
Mas não é. Quatro, mais 21, igual a 24, nas contas da RTP. Quem o disse, sem pestanejar, foi o apresentador do “Domingo Desportivo”,, que anunciou Rui Águas como vencedor da “Bola de Prata”, com 25 golos. Ou seja, exactamente os mesmos que conseguiu Domingos. Numa situação como esta, o regulamento é claro: será vencedor o goleador que tiver sido utilizado menos tempo. Mais um facto que jogava a favor de Domingos, porque efectuou muito menos jogos que Rui Águas. Mas, se se mantivesse a igualdade, o troféu era atribuído à equipa pior classificada. O FC Porto ficou atrás do Benfica, logo, Domingos receberia a porcaria do troféu. Uma outra hipótese de desempate era a idade dos jogadores. Mais uma vez o avançado do FC Porto estava em clara vantagem. Era muito mais novo e pode ter sido determinante. É que Águas, com a idade que tinha (31 anos), poderia não ter outra oportunidade para se classificar como melhor marcador. Domingos, felizmente, era muito novo (22 anos) e ainda teve tempo para ser o rei dos marcadores em Portugal na época 1995/96, curiosamente com o mesmo número de golos (25) que em 90/91. Com ou sem acordo do dito jornal.
A última jornada da época 1990/91, rendera 33 golos, quatro dos quais marcados pelo Domingos, frente ao Guimarães, e dois obtidos por Rui Águas perante o Beira Mar. Já agora a classificação final dos melhores marcadores dessa época:
1º Domingos (FC Porto) 25 golos
2º Rui Águas (Benfica) 25
3º F. Gomes (Sporting) 22
4º Ricky (E. Amaora) 15
5º Yekini (V.Setúbal 13
6º Jorge Andrade(Boavista) 13
7º Geraldão (FC Porto) 12
É grotesco mas é verdade.
Fonte: Revista dos Dragões
«A Polícia Judiciária está a investigar, em Lisboa e no Porto, vários casos de ameaças de morte e ofensas à integridade física ocorridos nos últimos tempos contra vários árbitros de primeira categoria e respectivos familiares. De acordo com informações recolhidas pelo JN, apresentaram queixa às autoridades pelo menos três juízes e um dirigente da arbitragem. Os ofendidos terão sido contactados através dos seus telemóveis particulares, ora mediante chamadas telefónicas, ora através de mensagens escritas.»
JN, 19/12/2009
«Pelo menos os árbitros Jorge Sousa, Vasco Santos, João Ferreira e Pedro Proença receberam esta época chamadas telefónicas e SMS com ameaças à sua integridade física antes e depois de terem apitado jogos do Benfica, o que terá acontecido desde o início da época. (...) As chamadas e os SMS são oriundas do Reino Unido (+44....)»
Record, 20/12/2009
«O presidente demissionário da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Hermínio Loureiro, reuniu-se com o director nacional da Polícia Judiciária (PJ) para denunciar as ameaças e coacção que quatro árbitros sofreram durante os últimos oito meses. (...) No total, são nove os arguidos já constituídos pela PJ. Todos eles adeptos de “um clube de Lisboa”, mais concretamente do Benfica, segundo fonte da Judiciária. Em causa estão suspeitas de injúrias, coacção e ameaças sobre quatro árbitros da primeira categoria. Fonte da Judiciária explicou que os arguidos, “antes dos jogos do clube em causa, coagiam e faziam ameaças à integridade física e de morte aos árbitros nomeados e aos seus familiares”. Jorge Sousa, ao que o PÚBLICO apurou, é um dos visados. No caso do juiz do Porto, as ameaças terão sido dirigidas à mulher, através de um telefonema, numa altura em que se encontrava sozinha em casa. (...) As ameaças eram normalmente feitas através de telemóvel, nomeadamente por SMS, tendo a PJ realizado hoje uma série de buscas domiciliárias, divididas por Paredes, Rio Tinto, Tondela, Nordeste, Lisboa e Ponta Delgada. Nestas diligências, foram apreendidos onze telemóveis, três computadores, vários suportes físicos com registo de dados informáticos e documentos. E os arguidos foram sujeitos a Termo de Identidade e Residência.»
PUBLICO, 20/05/2010
«O caso das ameaças ao árbitro internacional Jorge Sousa chegou ao fim. Há uma semana, os sete arguidos foram condenados pelo Tribunal de Paredes a penas de multa inferiores a um ano. Um deles foi absolvido. Todos adeptos do Benfica, estavam acusados de violação de domicílio e injúria agravada por terem aterrorizado o árbitro durante vários meses. (...) Os arguidos estavam acusados de violação de domicílio e tiveram de pagar uma indemnização a Jorge Sousa. Apenas Luís Marques e Rui Franco respondiam também por injúria agravada, tendo as penas mais pesadas - multa de 880 e de 1080 euros, respectivamente. Os restantes arguidos - Hugo Silva, José Sousa, Tomás Lima e António Vieira - têm de pagar multas entre os 480 e os 540 euros cada.»
Correio da Manhã, 21/04/2012
A PJ averiguou se estes sete adeptos do slb se conheciam?
Como é que estes adeptos do slb arranjaram os números dos telemóveis dos árbitros?
Estas acções ocorreram de forma isolada e independente, ou tratou-se de uma manobra organizada e feita a pedido de terceiros?
Algum destes adeptos mantinha, ou teve, contactos com casas do slb e/ou com dirigentes encarnados?
Devido a ameaças e coação sobre árbitros, adeptos do slb foram identificados e condenados por um Tribunal, mas o clube, mais uma vez, escapou pelo meio dos pingos da chuva...
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