Mesmo com Herrera...
Vou ter de rever aquela primeira parte com o Besiktas. Tenho de perceber o que é que aconteceu para que se prescinda de Oliver nestes cerca de 135 minutos tão importantes para a equipa. Para mim, tem sido um dos melhores jogadores da equipa e dos que melhor se adaptou a este esquema de Sérgio Conceição. É o único jogador que consegue colar as duas partes da equipa evitando, na medida do possível, um jogo demasiado partido. Além de que é, para mim, impensável prescindir dos melhores, quer na Champions, quer numa das deslocações mais difíceis do ano na Liga portuguesa. Muito contente com o resultado, mas muito assustado com as opções iniciais de Sérgio Conceição.
Quando um Grande enfrenta uma equipa que tenta jogar, o plano terá de ser o de evitar que eles joguem da forma a que estão habituados. Para nós isso devia ser simples: evitar que eles tenham bola. E aqui entra o meu choque com a ausência de Oliver das opções iniciais. E o susto começou com o anúncio do onze mas ainda não passou com a alegria da vitória. Será que Sérgio Conceição irá recorrer ao músculo, quando as coisas correrem mal ou quando o adversário for mais difícil? Poderão referir que a equipa, até não jogou mal. De facto, trouxemos os 3 pontos, mas terá sido uma grande exibição? Eu não acho. Em primeiro lugar, este foi o primeiro jogo do ano em que não tivemos a primazia em termos de posse de bola. Fizemos também menos 150 passes que o adversário. Isto para não falar do facto de Herrera ter sido o jogador em campo com mais perdas de bola. 11 vezes! Danilo e Oliver têm até agora uma média pouco superior a 2 por jogo... Marega, Aboubakar e Brahimi têm médias entre 5 e 6... Para não 'bater mais no ceguinho', concluirei que o Sérgio arriscou e saiu-se bem. Apenas espero que esta solução não seja recorrente.
Mas se me queixo da falta de posse de bola e de Herrera, também tenho de elogiar a outra 'face da moeda'. O jogo ganhou-se na raça e nas muitas recuperações de bola que conseguimos. Algumas no meio campo ofensivo. Outro dado estatístico interessante é o das faltas. Foram 25, quase o dobro das do adversário. Demonstra a clara diferença em termos de agressividade, que foi fundamental para o resultado final. Pena que não tivéssemos conseguido capitalizar essas recuperações e transformá-las em jogadas de golo. A partir do momento que chegámos ao golo, numa bola parada, o jogo ficou de feição para a nossa estratégia de saídas rápidas para o ataque. Pecámos demasiado no último passe e até na finalização. Ainda deu para duvidar um pouco com aquele golo atípico, que misturou uma 'nabice' do Felipe com um posicionamento deficiente de Ricardo, que tinha acabado de chegar ao lugar de lateral esquerdo.
Individualmente, dou o MVP a Danilo. É isto que precisamos: agressividade, segurança e amplitude de acção. Há quem diga que isto só sucede quando tem um jogador mais defensivo ao lado. São opiniões. Para mim ele jogou bem porque jogou ao seu nível. Ou melhor, jogou bem, apesar de Herrera. Não sei bem se o MVP é justo, porque Marega também fez por merecer. Grande intensidade e grande velocidade. Pena que os pés nem sempre acompanhem... Também gostei de Brahimi. Pela negativa, além de Herrera, Aboubakar teve um jogo muito discreto. Especial destaque para aquela jogada irritante em que trava e não aparece no segundo poste para aproveitar a oferta de Marega. Otávio esteve bastante trapalhão no último passe.
Falta uma vitória para chegarmos a Alvalade com o pleno. Será muito importante que se concretize este objectivo!
Comentários
Grande Herrera, grande capitão!
Abraço,
Artur
Grande Herrera. Fundamental num estádio onde já todos vaticinavam o nosso descalabro.
Artur
Artur
Herrera joga futebol e é jogador de equipa.
Perguntem ao Danilo se ele não sente isso, bem na pele.
Eu gosto dos dois e como é óbvio prefiro o Oliver mas daí até o Herrera ser um inútil vai uma distância muito grande. E ontem fez um bom jogo.
Para mim Herrera tem uma coisa que o Oliver nao tem, intensidade. Desculpem-me a blasfemia, mas Oliver para poder ser titular absoluto do porto tem de crescer muito, aprender a ocupar o meio campo de uma ponta a outra e a criar perigo (nao marca golos nem assiste).
O título não é o mais importante do texto. É apenas para atrair para a leitura. No corpo do texto estão os motivos. Nunca escondemos que o Herrera não é um jogador que seja muito apreciado por cá. Mas não é esse o foco do post. Nem é o Oliver e a sua fragilidade física, que é um argumento utilizado vezes sem conta. Apenas apresentamos alguns dados estatísticos sobre o Herrera porque tínhamos a certeza que viriam argumentos como: «houve gajos que jogaram pior» ou malta incapaz de detectar más exibições em jogos que ganhamos. O foco é que o Sérgio muda o sistema por completo quando troca um jogador com as características do Oliver por outro com as características do Herrera. A equipa passa a jogar de uma forma mais desligada e partida, fica demasiado dependente dos desequilíbrios dos alas e sacrifica a nossa capacidade de controlar o jogo. É disto que se trata.
Artur
Ocupa sempre os espaços certos, mas depois falha quase sempre que tem a bola nos pés.
Com o Oliver em campo talvez não tivéssemos ganho este jogo, ou pelo menos, o Rio Ave não tivesse tido tão poucas oportunidades de golo.
Continuo sem perceber o fascínio pelo Danilo, muitas vezes mal posicionado e a falhar muitos passes. Folgo em saber que não sou o único, pois hoje n'O Jogo escrevem que o próprio ficou chateado por ter "falhado muitas fintas e passes"...
Dizer que com Oliver não tínhamos ganho este jogo, é mais especulativo do que eu dizer que com Oliver tínhamos jogado melhor. É que Oliver jogou em quase todos os jogos e tem jogado consistentemente bem, como em Braga por exemplo.