Ice bucket chalenge
Que grande desilusão! É daquelas coisas que acontece mas que, este ano, tem acontecido muito ao nosso adversário de ontem. Desde os auto-golos mais absurdos, à dupla penalização dos adversários directos, no mesmo fim de semana, até aos golos 'caídos do céu aos trambolhões' nos últimos minutos do jogo. Mas não nos podemos focar na sorte. Se o fizermos, não conseguiremos encontrar os erros cometidos e, sobretudo, desvalorizaremos o que de bom fizemos ontem, e há muito mais a elogiar do que a criticar.
Em primeiro lugar, convem dizer que a equipa me surpreendeu muito pela positiva. Mais e melhor atitude do que o adversário e muito mais futebol. Apenas mais uma prova de que estes 5 pontos de vantagem não espelham qualquer diferença de qualidade. E este tem de ser um barómetro a ter em consideração. Quando criticamos a nossa equipa, temos de ter em mente o nosso ideal de FCPorto mas, por vezes, uma comparação com os nossos adversários directos é um bom exercício para que se aprenda a gerir as expectativas. O Benfica não demonstrou ser melhor, nem demonstrou argumentos sólidos para sair do Dragão com pontos. Foi um equipa subjugada até ao nosso golo e sem ideias nos 40 minutos que se seguiram. Só futebol bombeado, algo que muito criticámos em Nuno Espírito Santo. Por sua vez, Nuno passou os primeiros 50 minutos de jogo a praticar o que desenhou na sua famosa conferência de imprensa. Estou a falar do segundo desenho. Aquele que nos dizia que toda aquela 'gatafunhada' iria resultar na visão do FCPorto :«independentemente do esquema, o nosso campo reduz-se a 65 metros, porque estamos mais perto da baliza contrária». Inicialmente tentámos bombear demasiado o jogo mas, a partir do momento que Oliver conseguiu passar a pautar o jogo na meia esquerda, passamos a criar situações consecutivas de perigo, que foram aparecendo consistentemente até ao golo. Mesmo quando bombeávamos o jogo, lutámos muito bem pela segunda bola criando assim um ambiente de 'sufoco' ao adversário. O problema é que, tal como aconteceu em tantos outros jogos no Dragão, a seguir ao nosso golo os 65 metros deixam de estar próximos da baliza contrária e passam a estar perto da baliza de Casillas. As próprias substituições só nos aproximaram da nossa baliza e retiram a capacidade de ter bola lá na frente. Brahimi seria uma opção óbvia para quem quisesse manter a bola bem longe da nossa baliza, mas não saiu do banco. Este é o ponto e é algo que temos de aprender a fazer: descansar com bola. Conseguir desfrutar das vantagens. Porquê? Porque quanto mais bola dermos ao adversário e quanto mais o deixarmos aproximar da nossa baliza, maior a probabilidade de um lance fortuito acontecer. Tal como aconteceu ontem e tal como quase aconteceu na quarta-feira. E daqui surge a pergunta: isto é um problema para Nuno Espírito Santo? Ou será que ele está tão obcecado em explorar as costas da defesa contrária que prefere ceder o controlo do jogo? Pois eu começo a tender para esta segunda hipótese. E não gosto desta maneira de jogar. Por muito que tenha gostado dos primeiros 50 minutos, há muito para melhorar. Há portistas que ficaram mais optimistas mas eu, que até gostei da exibição, continuo apreensivo. A razão é simples: esta bipolaridade manifestada em 65 metros deslizantes não é um caminho que queira para o FCPorto, porque se 'põe a jeito' para sofrer azares. E o adversário nem precisa de ser muito bom. Basta saber despejar bolas, como o Benfica fez ontem.
Individualmente, O MVP vai para Jota, que foi o jogador mais perigoso. Gostei também de toda a linha defensiva que, como sempre, teve bastante trabalho na segunda parte. Oliver esteve bem na primeira parte e julgo que deveria ter sido o Otávio a sair para entrar Brahimi e não Layun. Pela negativa, os mexicanos. Corona esteve muito ausente do jogo, o que é pena porque, sempre que participou, fez coisas boas. A entrada de Layun para defender a ala esquerda voltou a ser absolutamente inútil. Quanto a Herrera... A sua relação com a generalidade dos adeptos já não estava boa. Esta poderá ter sido a 'gota de água'. Julgo que não irá jogar tão cedo.
Vem aí mais uma irritante pausa. Não vem em boa altura...
Comentários
Qt a Brahimi parecia-me um jogo indicado para ele: jogador rápido com capacidade para segurar a bola...
Que soco no estômago... por ser um soco tão forte acho que a pausa até é benéfica... o tempo vai ajudar a sarar esta ferida.
A ver vamos se esta atitude vai ser para manter a qual não deve estar dissociada o facto de termos jogado com mais um ala em vez de um gajo a povoar o meio...
O adversário, seja ele quem for, quando nos perde o respeito, é um Deus nos acuda.
Não temos sorte e nem fazemos nada por a merecer.