Grupo fraco
Outra vez Herrera... Na crónica do jogo de Sábado destaquei o facto de André André ter ficado com a braçadeira e o facto de Herrera não a ter e de nem ter sequer jogado. Hoje terei de destacar Herrera novamente. O momento da foto é também duplamente satisfatório. Não só sai Herrera que estava a fazer um jogo bastante fraco, como reaparece Brahimi, finalmente como solução para a equipa.
Mas foram poucos os momentos bons no nosso regresso à Champions. Lembro-me do do golo e do inesperado regresso de Brahimi. O golo apareceu cedo e sem que tivéssemos feito o suficiente. A partir daí, vimos um FCPorto incapaz de controlar o jogo e um adversário, que não é tão fraco como se pensava no dia do sorteio, mas também não é tão forte que possa vir cá causar problemas a um FCPorto a jogar o que jogou em Roma ou no Sábado, por exemplo. A lição a aprender é de que o Grupo é de facto fraco, mas o FCPorto ainda não está tão forte como em edições anteriores. Depois deste mau resultado, teremos de ir buscar pontos fora de casa. Pelo menos 4 pontos.
Voltemos à incapacidade de controlar o jogo. Aqui volto à minha luta. Este não é o meu meio campo. Um meio campo com jogadores que seguram melhor a bola como Ruben e André André, nos lugares de Danilo e Herrera, dariam mais e melhor posse e mais controlo sobre o jogo. Assim, no ataque o FCPorto dependeu um pouco da inspiração de Oliver e Otávio. Mas rematou muito pouco. No jogo de Sábado conseguimos controlar o jogo com golos. Hoje faltou o segundo, mas só se consegue se se rematar... Sem remates e sem golos não conseguimos ter capacidade para controlar o jogo. Tem sido notado que temos alguns problemas de posicionamento defensivo e ocupação dos espaços sem bola. Dá a ideia que a nossa reacção à perda de bola é forte, mas que não estamos preparados para recuperar quando esse primeiro ímpeto não funciona. Mais concretamente, se passam a nossa primeira linha de pressão, têm uma auto-estrada até à nossa defesa. E o Copenhaga tentou aproveitar para isolar no lado contrário os seus melhores alas que pressionaram a nossa defesa com inúmeros cruzamento perigosos. E isso fez com que o adversário fosse sempre perigoso até ao momento em que ficou com 10. A partir daí o jogo mudou. O FCPorto passou a atacar cada vez mais e cada vez pior, perante um Copenhaga cada vez mais defensivo. Brahimi trouxe mais critério ao ataque, mas não chegou.
Individualmente, gostei de Otávio e Oliver. Dou o MVP ao primeiro pelo golo. Gostei da entrada de Brahimi que trouxe alguma clarividência a um jogo ofensivo que estava um caos. Acho que Nuno poderia ter arriscado mais com a entrada de Depoitre por Herrera. Os centrais estiveram muito pressionados e responderam satisfatoriamente. Alex Telles acabou por fazer um jogo manchado pelo lance do golo adversário. Nota negativa, mas tem sido um jogador de adaptação surpreendentemente rápida. O lance do golo resulta de uma arrancada dele. Layun estava muito nervoso e complicativo no final. André Silva também.
Siga para Tondela! Estamos em perseguição e só os 3 pontos interessam.
Comentários
Quando parece que vamos embalar, acontece um joguinho destes para demonstrar que ainda não estamos lá... muita coisa para melhorar mesmo.
Faltou uma referência negativa para o Casillas, segundo jogo consecutivo que não apanha um cruzamento. Não sei se a equipa já sente esta intranquilidade, mas pelo menos eu já borro a cueca sempre que cruzam uma bola para a nossa área.
Mas parece que acabou o estado de graça do Nuno Espirito Santo, aliás acho que mais do que Espirito Santo, é um Anjinho! Como é possível abdicar completamente de ter a bola após o 1-0 (fazer isso com 3-0 contra o Vitória já é mau, mas como ontem!?!)? E como é possível, depois de ter o brinde de se apanhar a jogar contra 10 (pois se isso não acontecia, duvido que tivéssemos sequer empatado), acabar o jogo sem um lance de perigo, com os 2 centrais e 1 trinco encostado a eles até ao final do jogo??
Mantenho a opinião que o mal maior do Porto não é o treinador, mas com o talento que temos no plantel acredito que era possível fazer muito melhor figura. Mas estamos condenados a um futebol "à Jesualdo", com linhas baixas, o meio campo encostado à defesa, sem pressão e sempre na expectativa. O Danilo é cada vez mais uma versão rasca do Fernando, sendo inoperante com a bola nos pés, não consegue sequer ser o tampão que ao menos o brasileiro ainda ia sendo... está sempre a marcar com os olhos, longe do lance e recuado demais.
Para Herrera já não há palavras, é um daqueles mistérios do futebol em que só os treinadores vislumbram algo que mais ninguém consegue. Oliver e Octávio andam a atropelar-se um ao outro e o segundo que foi sempre o mais esclarecido e com maior poder de explosão foi substituído em detrimento do primeiro. O Corona anda perdido entre as indecisões do treinador, ora joga encostado à linha ora joga junto ao André Silva, enquanto Adrian (este sim um avançado par jogar em dupla) já nem no banco se senta. Brahimi ficou cá por acaso e estamos para ver o que vai dar, sendo que o estado de espírito deste não pode ser grande coisa, vide declarações do Aboubakar, um caso quase idêntico ao dele nesta pré-época.
Layun, Telles, Ruben, Oliver, Octavio, André Silva, (JC Teixeira? e Diogo J?)... temos talento e raça suficientes para fazer uma grande equipa, com boa participação na champions (alguém se lembra de um grupo mais fácil à partida?) e para lutar pelo campeonato, mas não temos treinador e muito menos direcção para ir além dos 3ºs lugares...
--tom.