Lviv



É um assunto requentado que guardei para abordar nestas irritantes e longas pausas no campeonato.

Vou lembrar-me sempre desta cidade, porque foi a primeira vez que o FCPorto não utilizou qualquer jogador português num jogo. Não fui confirmar mas, de memória, acredito facilmente na notícia.

É uma luta antiga entre adeptos portistas: Qualidade vs Identidade. Por um lado, os que acham que interessará mais a qualidade do que a nacionalidade. Por outro, os que acham que FCPorto também é Porto e, já agora, Portugal. Que a localidade e a nacionalidade são características que ajudam a formar a identidade do clube. Eu tenho tendência em aproximar-me mais dos que defendem a qualidade acima de tudo, mas não consigo tomar esse partido por completo. Isto porque me custa um FCPorto sem portugueses e sem portistas no onze e no plantel. Já sei que o perfil do jogador de futebol actual oscila entre o egocêntrico e o egoísta, mas isso não me impede de achar que um plantel com mais portugueses e portistas cria uma maior identificação entre equipa e adeptos. Que ajuda a criar os nossos capitães de equipa e a harmonizar as transições entre diferentes treinadores, entre planteis e entre gerações de jogadores. São factores demasiado importantes para que sejam reduzidos a simplificações como 'têm de jogar os melhores'. Concordo, mas não me posso resignar! 

De facto, têm de jogar os melhores mas, se num dado momento, não conseguimos que haja portistas e portugueses entre os melhores, temos de fazer algo para mudar essa tendência. Que tem sido feito nesse sentido? Pouco, digo eu. Demos um nome e um prazo a um projecto sem lhe dar importância. Temos um projecto de escolas de futebol que parece estar mais virado para o negócio do que para a formação em si. Criámos uma equipa B onde os melhores jogadores portugueses jogam dois anos para saltarem para a primeira Liga, mas ao serviço de outros clubes como aconteceu com Tozé e como acontecerá com Ivo Rodrigues, Gonçalo Paciência e com os, recentemente e estranhamente proscritos, André Silva e Rafa. 

Não podemos deixar que o oásis, Ruben Neves, nos leve a preocupação com o que aconteceu em Lviv. A tal cidade ucraniana que não vou esquecer...



PS: Dado o assunto, a imagem escolhida não foi um acaso. É uma 'graçola' que envolve o meu 'querido' Lopes... Mas é óbvio que isto é uma consequência dos últimos anos e não é culpa de Lopetegui, por muito que ele tenha promovido esta recente invasão espanhola.

Comentários

Lamas disse…
Eu já não digo ter uma equipa de portugueses, mas, pelo menos uma ou outra referência era importante...

Mas jogue quem jogar, o meu coração terá sempre a mesma cor: "azul e branco"... ;)
Unknown disse…
Mas a verdade é que nós jogámos com um português em campo, portanto ainda nunca na nossa história aconteceu apresentarmos um 11 titular sem nenhum português. Jogámos com bruno martins indi, é português, nasceu em portugal, no barreiro. Pode não jogar na seleção portuguesa e pode até ter dupla ou quíntupla nacionalidade mas a verdade inegável é que ele nasceu em portugal e isso faz dele português. E nunca ninguém no mundo conseguirá mudar isso.
Mirone disse…
Li num blog que o André Silva pode sair para o ano a custo zero?? Vamos deixar isto acontecer?

E o Rafa... tem jogado na equipa B?