90 minutos
Muito temos falado sobre as oscilações exibicionais que o FCPorto apresenta durante o próprio jogo. Às vezes dominamos 30 minutos outras vezes 45. Bem longe dos 90 minutos que dura o jogo. E ainda há os descontos... Ainda assim, não são comparáveis os trinta minutos que apresentamos hoje com as exibições anteriores. Este Atlético de Madrid é bem melhor que os adversários que enfrentámos até agora. Direi sem problema, que é melhor equipa que o FCPorto. Pelo menos para já. Está melhor orientada, é uma equipa madura e com uma cultura colectiva que nós ainda não temos. Se formos comparar posição a posição, a avaliação poderá ser outra mas, como equipa, não estamos ao mesmo nível. Souberam aproveitar muito bem as nossas desconcentrações e a nossa intranquilidade.
A valia do adversário valoriza um pouco os nossos primeiros minutos em que dominámos o jogo por completo. Por um lado... Por outro, dá um bocado a ideia de que jogámos com uma intensidade que não conseguimos manter nos 90 minutos... Coisa de equipas inexperientes! Não se percebe, dado que apenas um jogador, do onze inicial, está a fazer os seus primeiros minutos na Champions League. Será inexperiência do treinador? Prefiro manter a minha ideia inicial: o Atlético é melhor equipa neste momento e vai ser primeiro no grupo. Mérito ao adversário. Mas com mais acerto na finalização e até se teria resolvido o jogo cedo.
Individualmente, não encontrei más exibições na primeira parte. Centrais seguros, boa incorporação de laterais, meio campo muito pressionante e a ganhar muitas bolas e Jackson a facturar. Ao intervalo tudo mudou. A equipa mais pressionante passou a ser a adversária, os laterais baixaram muito de produção, Jackson mal tocou na bola e os médios não conseguiram mantê-la jogável no meio-campo adversário. As bolas jogavam-se entre os defesas, Fernando e Helton. A lesão de Lucho só veio piorar as coisas e a equipa nunca mais se encontrou. Varela parecia que estava a fazer tudo para irritar o Dragão... Do banco não veio grande ajuda. No geral destacaria como melhores, as exibições de Fernando e de Otamendi. Até são jogadores que têm jogado abaixo do esperado. Destaque igualmente para infantilidades que originaram as faltas que dão em golo. A segunda então é mais um daqueles lances em que Mangala se atira descontrolado para cima do adversário que está de costas para a baliza. Josué continua demasiado faltoso e podia ter sido expulso por acumulação de amarelos.
Em suma, jogámos como equipa inexperiente e a Champions não perdoa. Convém, no entanto, não sobrevalorizar a derrota, por causa da valia do adversário. Importante será atacar o problema que todos vemos: o jogo tem 90 minutos!
Comentários
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=j2V6GaKqPcw
Portanto, ontem não foi grande novidade.
Quanto ao jogo e numa primeira apreciação ao Porto 2013/14 repito o que já escrevi noutros sítios.
Este Porto joga como equipa pequena.
Joga melhor em casa do que fora.
Privilegia jogadores abnegados em vez de talentosos.
Nos jogos grandes em casa agiganta-se correndo e pressionando como se não houvesse amanhã mas isso só dura, obviamente meia horita e é desprovida de estratégia. É muito coração sem razão e na Champions é preciso muita razão.
Não temos fio de jogo nem ideias de jogo.
E há muitos equívocos. O Ghilas tem de ter minutos contra os Aroucas desta vida, tal como o Carlos Eduardo, Herrera, Ghilas, Toze, etc para poderem ser opções e têm de acabar as adaptações. Defesas jogam na defesa, medios jogam no meio campo e avançados na frente. O Josué pode ser um grande medio mas para isso tem de jogar muitos minutos a medio. Ele não é nem nunca será extremo. O treinador é pago para saber ligar os sectores e po-los a carburar com lógica! Inventar é fácil.
Não tenho saudades do VP mas não consigo perceber qual é a ideia do PF. Isto assusta-me porque começo a pensar que ele também não .
Enfim, nada está perdido mas tem de haver mudanças e o Varela tem de sair da equipa .
O que eu esperava:
- Uma melhor entrada na segunda parte...
- Mexidas no banco mais activas no banco, mexidas que mexessem com a equipa, tipo reacção imediata à igualdade... ou a 15/20 minutos do fim do jogo fazer alterações que transmitissem que queríamos vencer...
Tirando as faltas excessivas e a imprudência em alguns lances, Josué foi quem eu mais gostei e em certos lances fez lembrar um tal de Deco (não o estou a comparar ao Deco, nem a dizer que vai ser um novo Deco ou algo do género, porque isso nunca irá acontecer nem com ele nem com outro jogador, mas confesso que houve momentos que a maneira dele jogar me fez lembrar o mágico)... teve de sair porque arriscávamos a ficar com 10...
Concordo com a crónica do Prata na sua globalidade e começo a perder confiança há medida que os jogos passam... esperemos que os jogadores não a percam e o treinador também não...
Mas isso não serve para esconder aquilo que é cada vez mais evidente: não temos ideia de jogo, tirando 20 minutos de bom futebol (e mesmo assim só marcamos de bola parada) não se viu mais nada.
As substituições são ridículas.
Não conseguimos assumir o jogo e nem por isso deixamos de ser mais vulneráveis na defesa.
Os armadores de jogo são dois trincos que raramente sabem fazer um passe vertical!
Os extremos não desequilibram nem se vêem combinações com os laterais.
O ponta de lança joga sozinho contra defesas inteiras.
Temos um plantel mais vasto e equilibrado que nos últimos dois anos, mas não se vê o treinador tirar partido disso.
Acho que a ultima champions não foi assim tão fraquinha, fomos apurados para os oitavos à 4ª jornada e só não ficamos em primeiro lugar por causa de um frango. Na 2ª mão dos oitavos, lá está, faltaram Moutão e James, para além da expulsão do Defour.
De resto estamos de acordo, ainda estamos no inicio e a coisa piora de jogo para jogo.
"Quem também nunca percebeu o equilíbrio e a estrutura sólida montada por VP, criticando por imbecilidade e ignorância, também dificilmente entenderá as debilidades que PF expõe no aproveitamento de mais opções ao seu dispor."
Ainda hoje leio comentários saudosistas em relação ao JF por isso não me admira que o VP seja agora o mestre da tática.
Um desconsolo dp de estarmos em vantagem e principalmente dp do empate do Zenit... uma vitória dexaria-nos com as portas da qualificação escancaradas e c uma moral tremenda...
Por mt que ainda não joguemos nadinha, aquela saída do Helton e um golo que só faz sentido nos anos 90 (altura em que a linha da defesa ficava atrás da linha da barreira) matou-nos a moral e a via verde dos oitavos...