Um treinador à antiga... sem papas na língua
De malas aviadas para a Arábia Saudita para treinar o Al Shabab, Jaime Pacheco deu uma entrevista com verdadeiras pérolas futebolísticas que me atrevo aqui a postar por temas:
Convites:
“Fui convidado por Benfica e Sporting (...) Se o Boavista me dava condições para fazer óptimas épocas, se me apoiava em tudo...iam ser questões puramente monetários a levar-me a abandonar tudo isto?”
Belenenses:
“(...) no único campo que tinha para treinar aí trabalhavam todos os dias duzentos e tal miúdos. Muitas vezes íamos começar a treinar e o homem da relva ia começar a cortar a relva que eu mandara cortar no dia anterior. E o dono da relva, que já lá está há muitos anos, dizia-me ‘eu é que sei, eu é que percebo’.”
“(...) desde o princípio de Fevereiro deixamos de receber.”
Jogadores:
“(do plantel do Porto) Gosto de quase todos mas não dava 15 milhões pelo Cissokho – foi o negócio do século”
“(sobre Mariano) Ele obriga os outros a treinar e a jogar e tem grande velocidade. Entrega-se totalmente e desgasta qualquer equipa. Pode não ter a qualidade dos outros mas é um jogador de quem gosto muito.”
“Gosto de outros ainda, como o Raul Meireles, que era central nos juniores e que pus a jogar nesta posição.”
“E temos ainda o Bruno Alves, o jogador que eu designei o melhor jogador do campeonato. É melhor que o Pepe. O pai dele também assustava...”
“(sobre Liedson) Trabalha muito. E tem outra coisa: qualquer adversário que lhe ponha a mão no ombro ou na cabeça é logo sacudido. Ele não quer nada com o adversário – para ele são todos inimigos. Depois do jogo até pode dormir com o adversário mas em jogo são todos inimigos.”
Sobre a formação nos clubes:
Relação com os jogadores:
“Não me revejo num atleta que usa pitons de borracha durante o Inverno. E aí sou rigoroso. O que costumo dizer aos jogadores é isto: ‘Preferem ver um adversário de piton de alumínio ou borracha?’ E eles respondem sempre que o preferem ver de borracha. Com alumínio o adversário está mais seguro e intimida. Gosto que os jogadores tenham uma aplicação e uma paixão pelo trabalho.”
(Má) Relação com o Porto:
Frases soltas:
“Quando jogava no Aliados de Lordelo fazíamos crosses e eu ganhava sempre. Sentia-me preparado para jogar ao mais alto nível mas quando passei para o FC Porto na pré-temporada fazia parte do pelotão dos últimos. Senti algumas dificuldades e sofri muito. No final do ano já ia na frente do pelotão. E no ano seguinte, e digo isto com vaidade, ninguém me apanhava! Todas as corridas e todos os jogos eram os últimos da minha vida. Os jogadores que comigo a treinador fizeram isso, todos eles singraram. É um sofrimento que dá prazer porque no final de cada treino e de cada jogo temos resultados. Há jogadores que não vão mais longe porque nunca tiveram esses valores.“
“É uma coisa que a mim me mata: ver, no final do jogo, os jogadores a darem beijos uns aos outros. Se calhar sou antiquado mas não é essa a minha filosofia.”
Comentários
A parte dos beijinhos tb está mt boa :-)
Jaime Pacheco e Octávio Machado seriam, sem dúvida, uma dupla de sucesso...
Aprovas a parte do fim dos beijinhos??
Vou contar ao Mário .... O homem vai ficar triste.
Muito acertivo.
Gosto da maneira como ele vê o futebol: "é um sofrimento que dá prazer".
Pipsis,
Já a parte do octávio machado ... dúvido.
Quanto aos beijinhos, talvez seja um pouco antiquado, sim!
Abraço
http://carregaporto.blogspot.com/